CNBB diz que aprovação da urgência para liberar jogos de azar foi “ato nefasto”
Como noticiamos, o presidente da Câmara, Arthur Lira, quer tentar avançar já neste início do ano legislativo com o projeto que legaliza os jogos de azar no Brasil. Isso só será possível porque a bancada evangélica, embora pregue contra a proposta, acabou cedendo, no fim de 2021, como mostramos, ao atrelar a votação do requerimento de urgência sobre o tema à isenção do IPTU de igrejas...
Como noticiamos, o presidente da Câmara, Arthur Lira, quer tentar avançar já neste início do ano legislativo com o projeto que legaliza os jogos de azar no Brasil.
Isso só será possível porque a bancada evangélica, embora pregue contra a proposta, acabou cedendo, no fim de 2021, como mostramos, ao atrelar a votação do requerimento de urgência do tema à isenção de IPTU de igrejas. Na época, Cezinha de Madureira (PSD-SP), líder dos evangélicos, afirmou a O Antagonista ter sido “mera coincidência”.
Nesta terça-feira (1º), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota chamando a aprovação do requerimento de urgência de “nefasto ato” que “acelerou o caminho para regulamentar, logo nas primeiras sessões do ano 2022, a exploração de jogos de azar no país”.
“Os parlamentares ainda estarão deliberando de maneira virtual, o que na prática limita o debate, camufla as posições e facilita as artimanhas regimentais. Diante desse lamentável fato, a CNBB reitera a sua inegociável posição contra a legalização dos jogos de azar no Brasil”, afirmou, em tom de alerta e de crítica, a cúpula dos bispos católicos.
A CNBB também rebateu argumentos de que uma eventual liberação da jogatina aumentaria a arrecadação de impostos, favorecendo a criação de empregos e contribuindo para a retomada econômica.
“Esses falsos argumentos não consideram a possibilidade de associação dos jogos de azar com a lavagem de dinheiro e o crime organizado. Diversas instituições de Estado têm alertado que os cassinos podem facilmente transformar-se em instrumentos para que recursos provenientes de atividades criminosas assumam o aspecto de lucros e receitas legítimas.”
A entidade dos bispos disse, ainda, que “o voto favorável ao jogo será, na prática, um voto de desprezo pela vida, pela família e seus valores fundamentais”. “O Brasil não precisa disso”, acrescentaram.
Leia também: Saiba como votou cada deputado na urgência do projeto da jogatina
Se aprovada na Câmara, a proposta seguirá para a apreciação no Senado. Em diversas ocasiões, Jair Bolsonaro, cujo governo encampou iniciativas a favor da liberação da jogatina, prometeu vetar eventual lei nesse sentido — em se confirmando todo esse cenário, o veto ainda poderia ser derrubado pelo Congresso.
Leia clicando aqui a íntegra da nota da CNBB.
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