Das 12 candidaturas a presidente da República que concorrem ao cargo em 2022, cinco não declararam ter recebido nenhuma doação de pessoas físicas até o momento. O fenômeno, mais presente em candidaturas de mulheres, reforça a dependência dos partidos ao Fundão Eleitoral, que neste ano disponibilizou R$ 4,9 bilhões a todas as candidaturas.

As candidaturas de Vera Lúcia (PSTU), Soraya Thronicke (União Brasil) e Simone Tebet (MDB) não declararam nenhum valor de doações de pessoa física até o momento. A campanha do PSTU sobrevive com R$ 800 mil captados pelo partido até o momento, enquanto Soraya recebeu R$ 9 milhões da legenda, e Simone já angariou R$ 30 milhões.

Outras cinco candidaturas declararam ter recebido valores de pessoa física que, na maior parte dos casos, resultam em pequenos percentuais.

Ciro Gomes recebeu R$ 10 milhões do PDT para a campanha, e apenas R$ 1.000 de uma única doação; Lula recebeu 0,2% de todo o seu capital disponível por meio de financiamento coletivo.

As únicas situações distintas são na campanha de Jair Bolsonaro – que já conseguiu cerca de 20% do total arrecadado com doações de apoiadores – e na chapa de Luiz Felipe Dávila, do NOVO, que tem 100% do total arrecadado por meio de pessoas físicas. Pablo Marçal, cuja candidatura pelo PROS ameaça ser negada, recebeu um aporte de R$ 459 mil de um empresário.

Dois candidatos (Roberto Jefferson, do PTB e Sofia Manzano, do PCB) ainda não declararam suas contas ao TSE.