Levantamento divulgado na tarde desta sexta-feira, 17, pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) aponta que os municípios gaúchos afetados pelos temporais desde o fim de abril já contabilizam mais de R$ 10 bilhões em prejuízos.

Desse montante, são R$ 2,3 bilhões no setor público, R$ 3,1 bilhões no setor privado e a maioria dos danos, por enquanto, refere-se ao setor habitacional, com R$ 4,6 bilhões.

Segundo o último balanço da Confederação, foram danificadas 95,4 mil casas; outras 9,1 foram destruídas. Ao todo, 104,6 mil imóveis foram afetados total ou parcialmente.

Ainda segundo a entidade, as prefeituras precisarão arcar com obras de infraestrutura (pontes, calçamento, asfaltamento de ruas e avenidas, viadutos, sistemas de drenagens urbanas etc.) da ordem de R$ 1,6 bilhão. Para recuperar o sistema de transporte serão necessários R$ 87,4 milhões e o sistema de esgotamento sanitário municipal demandará outros R$ 12 milhões.

Somente com limpeza urbana, os municípios acreditam que vão gastar em torno de R$ 35,8 milhões. Após duas semanas de chuvas, apenas agora os rios começam a baixar no Rio Grande do Sul.

Segundo dados divulgados pela Defesa Civil nesta sexta-feira, o número de mortos em decorrência das chuvas que atingiram o estado chegou a 154.

Segundo boletim divulgado às 9h, 98 pessoas continuam desaparecidas, enquanto 806 ficaram feridas nas enchentes.

Com 461 municípios e mais de 2,2 milhões de habitantes afetados pelas chuvas, as autoridades contabilizam 540.192 pessoas desalojadas, das quais 78.165 estão em abrigos.

Até o momento, 82.666 pessoas e 12.108 animais foram resgatados.

Cidades provisórias no Rio Grande do Sul

O governo do Rio Grande do Sul planeja a construção de quatro cidades provisórias em Canoas, Guaíba, Porto Alegre e São Leopoldo para acolher os desabrigados.

Segundo o vice-governador Gabriel Souza, o governo gaúcho iniciará na próxima semana o processo de contratação para a montagem dessas estruturas temporárias.

A ideia é criar estruturas semelhantes a locais de eventos, porém adaptadas para acomodar pessoas com dignidade.