CFM permite terapia com ozônio apenas em pesquisas
Apesar da recomendação do prefeito de Itajaí, o Conselho Federal de Medicina define a terapia com ozônio como procedimento que pode ser realizado apenas em caráter experimental...
Apesar da recomendação do prefeito de Itajaí, o Conselho Federal de Medicina define a terapia com ozônio como procedimento que pode ser realizado apenas em caráter experimental.
Resolução do CFM determina que tratamentos médicos baseados em ozônio só podem ser adotados “em experimentação clínica” dentro dos protocolos de pesquisa. O texto está em vigor desde abril de 2018.
Uma das cláusulas destaca que “é vedado ao médico usar experimentalmente qualquer tipo de terapêutica ainda não liberada para uso em nosso país sem a devida autorização dos órgãos competentes”.
No começo da noite desta segunda (3), pela página oficial da prefeitura no Facebook, o prefeito Volnei Morastoni (MDB) afirmou que irá oferecer o tratamento com ozônio – “provavelmente” por via retal – contra a COVID-19. “É uma aplicação simples, rápida, de dois, três minutinhos por dia”, afirmou.
Procurado por O Antagonista para comentar também as declarações do prefeito, o CFM informou que “não comenta casos específicos”. Segundo sua biografia oficial, Morastoni formou-se em Medicina pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), em 1976.
Na época da publicação da resolução, o CFM informou, em seu site oficial: “[a] entrada em vigor dessa Resolução reforça a proibição aos médicos de prescreverem procedimentos desse tipo fora dos padrões estabelecidos pelo CFM. O desrespeito à norma pode levar à abertura de sindicâncias e de processos ético-profissionais contra os infratores”.
A página informa que a Comissão para Avaliação de Novos Procedimentos em Medicina do CFM avaliou mais de 26 000 trabalhos sobre o tema.
Ao final, o Conselho entendeu que “seriam necessários mais estudos com metodologia adequada e comparação da ozonioterapia a procedimentos placebos, assim como estudos comprovando as diversas doses e meios de aplicação de ozônio”.
Autoridades americanas são ainda mais incisivas. A FDA, equivalente nos EUA da Anvisa, define o ozônio como “gás tóxico sem aplicação médica conhecida em terapia específica, adjuntiva ou preventiva“.
Segundo a agência americana, “o efeito fisiológico predominante do ozônio é a irritação primária das membranas mucosas”. A inalação de ozônio pode resultar em edema pulmonar.
Além do ozônio, o prefeito de Itajaí é também um entusiasta da homeopatia, como pode ser visto em notícias no site da própria prefeitura.
Também procurada por O Antagonista hoje de manhã, a prefeitura de Itajaí ainda não respondeu às nossas perguntas.
Assista ao prefeito:
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