Centrão entra na mira dos petistas, mas Lula descarta trocas na Esplanada
Partidos como PSD, MDB e União Brasil têm 11 pastas, mas ajudaram a derrotar o governo Lula na sessão do Congresso
Ministros dos partidos do Centrão – leia-se União Brasil, PP, PSD, MDB e Republicanos – entraram na mira dos deputados petistas após as derrotas em série da sessão do Congresso Nacional de terça-feira, última (30).
Os petistas reclamam que essas siglas votaram junto com os parlamentares bolsonaristas na chamada agenda de costumes e isso deu uma sensação de que o governo não tem base alguma no Congresso Nacional – o que não deixa de ser verdade.
União Brasil tem três ministérios (Turismo – Celso Sabino; Comunicações – Juscelino Filho e Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes); o MDB outros três (Simone Tebet – Planejamento; Jader Filho – Cidades e Renan Filho – Transportes) e PSD também ocupa três pastas (Alexandre Silveira – Minas e Energia; Carlos Fávaro – Agricultura e Pesca – André de Paula). Republicanos e PP ocupam uma pasta cada com Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e André Fufuca (Esporte), respectivamente.
Apesar da cobrança dos petistas, o presidente Lula disse a aliados que descarta qualquer forma ministerial por enquanto.
Reuniões semanais na Esplanada
O presidente Lula decidiu realizar, a partir da próxima semana, reuniões semanais com o núcleo duro de seu governo para avaliar a articulação política com a Câmara e com o Senado.
As derrotas em série na sessão de vetos de terça-feira acenderam o alerta em Lula e em seu time. Como mostramos nesta semana, o petista foi derrotado em todas as matérias ligadas à pauta de costumes.
Por enquanto, Lula não pretende fazer mudanças em seu primeiro escalão, mas as derrotas de terça foram atribuídas à falta de diálogo do ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) com deputados e senadores.
“Nós estamos num período onde a política não é mais a política que a gente conhecia há oito, dez anos atrás. A política está totalmente bipolarizada, fanatizada. E alguns já estão em campanha eleitoral para 2026”, admitiu o líder do governo no Senado, Jacques Wagner a jornalistas nesta quarta-feira.
Nesta quarta, Lula se reuniu com Padilha e os três líderes do governo no parlamento: Randolfe Rodrigues (Congresso), José Guimarães (Câmara) e Wagner.
Congresso: terreno minado para Lula
A sessão do Congresso Nacional desta terça-feira, 28, foi marcada por derrotas em série do Palácio do Planalto. De uma só vez, foi derrubado o veto do presidente Lula à saidinha de presos e a articulação política do governo federal não conseguiu derrubar o veto do ex-presidente Jair Bolsonaro ao dispositivo que criminalizava o disparo de fake news durante as eleições.
Mas as derrotas não ficaram por aí. O governo federal também não conseguiu manter o veto à Lei de Diretrizes Orçamentárias que proibia o repasse de recursos públicos a movimentos sociais como o MST ou para a realização de cirurgias de mudança de sexo em crianças.
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