Caso Marielle: o que contou Élcio Queiroz em delação premiada
Há 20 dias, o ex-policial militar Élcio Queiroz, em delação premiada, confessou que dirigiu o carro usado no ataque contra a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes...
Há 20 dias, o ex-policial militar Élcio Queiroz, em delação premiada, confessou que dirigiu o carro usado no ataque contra a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes. Além disso, ele contou que o ex-policial reformado Ronnie Lessa fez os disparos.
Após a homologação da delação pela Justiça, as informações foram usadas para avançar nas investigações. O conteúdo foi divulgado pela Polícia Federal na manhã desta segunda-feira (24).
Élcio detalha, no depoimento, que a participação do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, preso na manhã desta segunda-feira, no Rio de Janeiro, remonta aos meses de agosto a setembro de 2017 até o dia do crime.
Em relação à execução, Élcio conta detalhes desde a chamada do Ronnie, por aplicativo de mensagem instantânea.
O trajeto
Ele detalhou o caminho percorrido para executar Marielle: Avenida Leopoldina, Avenida Vradil e Linha Amarela até pararem na casa do irmão de Ronnie .
De lá, pegam um táxi. A investigação, com informações da cooperativa de táxi, comprovou a corrida do Méier até a Barra. Lá, eles pegam o carro usado no crime e dão continuidade à ação.
De acordo com a versão de Élcio, Ronnie montou a metralhadora no carro e colocou um silenciador nela. Quando avistou Marielle, ele teria dito estar “pensado em pegar aqui mesmo”.
Participação de Suel
A delação aponta que Ronnie e Élcio encontraram com Suel, no Meier, com o objetivo de dar fim ao carro usado no crime. De acordo com o delator, eles já teriam outra placa em mãos e fizeram a trocaram, além de uma varredura no veículo para tirar qualquer vestígio do crime.
O ex-bombeiro teria ficado em Rocha Miranda para fazer o descarte do Cobalt com Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como “Orelha”.
Segundo Élcio, Suel fez campanas para vigiar a vereadora e participaria da emboscada, mas acabou trocado por ele.
Informações checadas
O superintendente da Polícia Federal no Rio, Leandro Almada, frisou que as informações da delação de Élcio foram confirmadas de “forma taxativa”.
O delegado da Polícia Federal responsável pelo caso, Guilhermo Catramby, afirmou que Ronnie pesquisou o CPF e o endereço de Marielle e da filha dela dois dias antes do crime.
“O depoimento da esposa do Ronnie indicou que no dia 14 ambos não estavam na residência de Ronnnie. A partir desses elementos, é apresentado ao colaborador, ele se sentiu à vontade em colaborar. Conseguimos concatenar as informações”, comentou.
A vereadora e o motorista foram assassinados a tiros na noite de 14 de março de 2018, em uma emboscada no centro do Rio de Janeiro.
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