Caso Marielle: a prisão dos suspeitos e um possível mandante
A investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes ainda não elucidou o crime, mas avançou bastante em 2019. Em 12 de março, dois dias antes de a execução completar um ano, a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro prenderam prenderam os supostos assassinos: o policial militar reformado Ronnie Lessa, apontado como o...
A investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes ainda não elucidou o crime, mas avançou bastante em 2019.
Em 12 de março, dois dias antes de a execução completar um ano, a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro prenderam os supostos assassinos: o policial militar reformado Ronnie Lessa, apontado como o autor dos 13 tiros que mataram a vereadora, e o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, acusado de ser o motorista do carro usado no crime.
Em um dos endereços que seria ligado a Lessa, policiais encontraram grande quantidade de armas desmontadas, incluindo fuzis.
Outro dado sobre o suposto autor dos disparos chamou a atenção: ele morava no mesmo condomínio de Jair Bolsonaro, na Barra da Tijuca.
Uma possível relação entre Lessa e a família do presidente foi logo descartada e, segundo a polícia, não foi nem sequer objeto de investigação.
Antes das prisões, o MP do Rio havia desmembrado o inquérito em dois: um para investigar os executores do crime e outro em que buscou descobrir o mandante do assassinato.
Em setembro, a então procuradora-geral da República Raquel Dodge apresentou denúncia ao Superior Tribunal de Justiça contra Domingos Brazão, ex-deputado estadual e conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, por tentativa de desvirtuar as investigações.
Na mesma denúncia, Dodge concluiu haver evidências de que Brazão seria o mentor do assassinato e teria ligações com o grupo miliciano Escritório do Crime.
O ex-deputado e conselheiro afastado, porém, não foi denunciado formalmente por mandar matar a vereadora, apenas por tentar obstruir as investigações da Polícia Civil.
Em outubro, a Polícia Civil e o MP do Rio deflagraram a Operação Submersus, que buscou esclarecer o descarte da arma usada no atentado.
Na ação, foram presos a mulher de Lessa, o cunhado dele e outras três pessoas apontadas como cúmplices do policial.
A arma do crime, uma submetralhadora, jamais foi localizada.
No mesmo mês, reportagem do Jornal Nacional mostrou que o porteiro do condomínio onde Bolsonaro tem casa contou à polícia que no mesmo dia do assassinato de Marielle, Élcio Queiroz teria solicitado e recebido autorização para ir à residência do presidente.
O próprio porteiro, porém, depois alterou sua versão e disse ter se enganado.
Depois de ter seu nome e o do filho Carlos Bolsonaro envolvidos no caso, o presidente passou a acusar o governador do Rio, Wilson Witzel, de manipular as investigações.
Bolsonaro defende que o caso seja investigado pela Polícia Federal. A federalização do mando do crime ainda está sob análise do STJ. O ministro Sergio Moro, que defendia que a PF tomasse conta do caso, voltou atrás diante das reações negativas à proposta.
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