Caso Debora Rodrigues: Moraes passa recibo… de novo
O ministro defendeu a materialidade criminal dos atos de 8 de janeiro, e afirmou que “nenhuma Bíblia e nenhum batom é visto nesse momento”

O ministro do STF Alexandre de Moraes voltou a citar o caso Debora Rodrigues – que está em curso no Tribunal – para tentar se defender das críticas de que está cometendo uma série de arbitrariedades na condução dos processos relacionados aos réus de 8 de janeiro.
Como mostramos mais cedo, Moraes defendeu a materialidade criminal dos atos de 8 de janeiro, e afirmou que “nenhuma Bíblia e nenhum batom é visto nesse momento”, como forma de tentar atestar a gravidade dos atos de 8 de janeiro.
Nesta terça-feira, Felipe Moura Brasil analisou no Papo Antagonista infográficos exibidos pelo ministro sobre as penas impostas a réus do 8/1 – centenas delas a menos de 3 anos de prisão – porque Moraes tinha sentido a repercussão negativa do voto contra Débora dos Santos por 14 anos de pena e multa de R$ 30 milhões.
Agora ele passou recibo diretamente, dizendo o seguinte:
“Passam a querer criar uma própria narrativa, como eu disse ontem, de velhinhas com a Bíblia na mão, de pessoas que estavam passeando, estavam com batom e foram lá passar um batonzinho só na estátua.”
O bolsonarismo, de fato, produz sínteses enganosas sobre a natureza das condutas e dos envolvidos no 8/1.
Moraes, no entanto, além de confundir o papel de juiz com o de rebatedor de narrativas políticas de rede social, mistura o caso de Débora com os de outros réus, atribuindo a ela as condutas deles, para legitimar seu voto forçado.
A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir nesta quarta-feira se tornará réus o ex-presidente e mais sete pessoas por envolvimento em uma trama golpista desencadeada entre no final de 2022 e início de 2023.
Em fevereiro deste ano, a PGR denunciou Jair Bolsonaro pelos crimes de Golpe de Estado; tentativa de abolição violenta ao Estado Democrático de Direito; organização criminosa; dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Assista ao Papo Antagonista na íntegra:
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Comentários (2)
FRANCISCO JUNIOR
26.03.2025 22:23Tenho dó zero desse povo que pedia ditadura. Como disse Carmem Lúcia hoje, ditaduras mutilam e matam. Se estivéssemos em uma ditadura, teríamos 1500 mortos em Brasília; metade dos leitores aqui estariam presos por não gostarem do Bolsonaro. Então que paguem.
Aurelio Guzzoni
26.03.2025 11:22Tribunal de Exceção. Favas contadas, tudo combinado. O caso deveria ir para o Plenário. Alexandre de Morais sempre posou de Xerife, aliás ganhou esse apelido quando foi Secretario dos Transportes da Prefeitura de SP em 2008 com Kassab, agiu com prepotência com os ônibus fretados. Um poço de vaidades.