Boulos é o candidato da polarização em SP, indica pesquisa
Apesar de o deputado federal tentar empurrar o radicalismo para o lado de Ricardo Nunes, dados do Datafolha mostram que o prefeito de São Paulo está mais próximo do centro que seu desafiante
A pré-campanha do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP, à direita na foto) à Prefeitura de São Paulo já deixou bem claro que pretende usar a mesma estratégia da “frente ampla” adotada por Lula (ao centro na foto) em 2022 para bater Jair Bolsonaro na urnas. Mas dados da pesquisa Datafolha divulgados nesta terça-feira, 19, indicam que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) está mais perto de desempenhar esse papel.
“O Datafolha mostra o prefeito com 21% das intenções de voto entre os que declaram ter escolhido Lula no segundo turno de 2022. Já Boulos tem só 9% dos que dizem ter optado por Bolsonaro”, registra a Folha de S.Paulo.
O jornal segue: “Da mesma forma, dos que afirmam ter escolhido Haddad no segundo turno de 2022, 19% dizem que agora vão votar no emedebista. O psolista, por sua vez, tem só 10% das intenções de voto dos eleitores de Tarcísio. No grupo dos eleitores que se colocam no espectro bolsonarista, Boulos tem 9% das intenções de voto. Nunes tem o dobro entre os petistas”.
Não colou
Felipe Nunes, diretor do instituto de pesquisa Quaest, arriscou uma explicação à Folha. “Embora o eleitor do Lula carregue um sentimento antibolsonarista muito forte, ele não está suficientemente convencido de que Nunes tem todos os defeitos de Bolsonaro”, comentou, completando: “Já os bolsonaristas estão convencidos de que Boulos tem todos os defeitos do Lula e mais alguns”.
Nas últimas semanas, Boulos deixou de figurar como favorito nas pesquisas de intenção para a disputa da Prefeitura de São Paulo. Ele aparece empatado tecnicamente com Nunes nos principais cenários de disputa.
Os números divulgados nesta terça indicam que a estratégia traçada pela campanha do socialista não colou. Pior: seu grande cabo eleitoral na disputa, o presidente Lula, também não vai muito bem aos olhos dos paulistanos.
O que se anunciava como uma vitória fácil no ano passado, quando Boulos iniciou a caminhada eleitoral contra um prefeito praticamente desconhecido pelo eleitor, vai se desenhando como derrota antes mesmo de a campanha começar oficialmente.
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