Bolsonaro se colocou no mesmo lugar de Lula
Ex-presidente aparece em pesquisa de intenção de voto para a eleição presidencial de 2026 numericamente à frente do petista, que liderou levantamento em 2018 mesmo depois de preso
Pesquisa do Instituto Paraná sobre a corrida presidencial de 2026 divulgada nesta quarta-feira, 27, mostra Jair Bolsonaro (foto) numericamente à frente de Lula em intenções de voto.
É de se questionar se o nome de Bolsonaro deveria estar sendo considerado em pesquisas de intenção de voto, já que ele está oficialmente inelegível até 2030.
O fato de o Instituto Paraná ter prestado serviços para o Partido Liberal (PL), de Bolsonaro, durante a pré-campanha de 2022 também deixa no ar a suspeita de que pode haver algum viés nos números divulgados. Mas esse tipo de liderança não é novidade.
Lula apareceu na frente em pesquisa de intenção de voto na eleição de 2018 mesmo depois de ser preso. Aliás, Lula só lançou e sustentou sua candidatura na eleição presidencial daquele ano, na qual acabou substituído por Fernando Haddad, hoje ministro da Fazenda, na expectativa de não ser preso.
É o que restou
Escorar-se no apoio popular é a estratégia que restou a Bolsonaro após seu indiciamento pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado.
Era o que o ex-presidente já vinha fazendo depois de ser declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE): sustentar uma perspectiva eleitoral na esperança de se manter vivo politicamente.
Deu certo para Lula. Apesar de não ter conseguido evitar a própria prisão, o petista logrou convencer parte da população de que foi preso para não poder concorrer, invertendo o que de fato ocorreu: concorreu para tentar não ser preso.
Anistia
Essa narrativa lulista faz parte da história contada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para anistiar o petista das condenações na Operação Lava Jato.
Nesse enredo, que ignora todas as provas coletadas pela investigação e o fato de que outros juízes referendaram as decisões de Sérgio Moro e Gabriela Hardt, Lula só foi condenado e preso por ter sido vítima de uma perseguição da Lava Jato.
O discurso de Bolsonaro é o mesmo, naturalmente. Diante de tantos indícios de que seu grupo político tentou permanecer no poder mesmo sem votos, só resta dizer que tudo não passa de perseguição.
E torcer para a “leitura política” de algum ministro do STF mudar os rumos da história.
Leia mais: Como Bolsonaro alimentou a “Rataria” – uma cronologia dos fatos
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (1)
EUD
27.11.2024 12:42As Situações São Correlatas.. Só Que Bolsonaro Não Tem Uma Corte Pra Chamar De Sua !!!!!!!!!!