Barroso, sobre atos de 8/1: “Cenas de primitivismo explícito”
O ministro Luís Roberto Barroso (foto), presidente do Supremo Tribunal Federal, classificou os atos de vandalismo do 8 de janeiro como...
O ministro Luís Roberto Barroso (foto), presidente do Supremo Tribunal Federal, classificou os atos de vandalismo do 8 de janeiro como “o mais virulento ataque às instituições do país em quase 40 anos”.
“Pessoas inconformadas com o resultado das eleições, movidas por agressividade incontrolada, destruíram fisicamente os bens materiais que encontravam, enquanto procuravam destruir simbolicamente a democracia”, escreveu em artigo publicado neste domingo, 7, na Folha.
“Se não ganha quem eu quero eu não aceito o resultado e viro a mesa. Foram cenas de primitivismo explícito”, acrescentou.
Em seu texto, Barroso afirmou que o fracasso da tentativa de golpe de Estado naquele dia “não minimiza a sua gravidade”.
“Houve mentores, financiadores e executores. Aceitar tudo isso com naturalidade e condescendência seria um estímulo a novas aventuras criminosas antidemocráticas. Precisamos, é certo, virar a página. Mas não arrancá-la do livro da história.”
Os ataques de 8 de janeiro completam um ano nesta segunda-feira. Vândalos que não aceitaram vitória de Lula nas eleições presidenciais de 2022, foram à Esplanada dos Ministérios, invadiram a praça dos Três Poderes e o Palácio do Planalto.
Em um ano, 2.170 pessoas foram presas, a maioria por ter invadido e atacado os prédios. Desse total, 66 pessoas permanecem presas.
Pesquisa Genial/ Quaest divulgada neste domingo, 7, mostra que a rejeição dos brasileiros aos ataques continua elevada. Segundo o levantamento, 89% não concordam com as invasões, enquanto apenas 6% disseram aprovar. Os outros 3% não souberam responder.
Os atos de vandalismo são rejeitados mesmo entre eleitores de Jair Bolsonaro. De acordo com o levantamento, 85% não concordam com as invasões. Entre os eleitores de Lula, esse índice é de 94%.
A pesquisa também mediu a percepção da população sobre o papel de Bolsonaro nos atos de 8 de janeiro. 47% dos entrevistados disseram acreditar que o ex-presidente influenciou de alguma forma as invasões, enquanto 43% consideram que não houve interferência.
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