“Ausência inesperada”, aponta PF sobre sumiço de Torres no 8 de janeiro
Falhas de Secretaria de Segurança Pública do DF são apontadas em relatório da Polícia Federal
A Polícia Federal (PF) concluiu, em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), que foram constatadas ‘falhas evidentes’ da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal relacionadas aos atos de 8 de janeiro, em Brasília.
O texto final do documento cita a ausência do ex-secretário Anderson Torres, que estava nos Estados Unidos no dia do quebra-quebra:
“Conclui-se que as falhas da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP/DF) no enfrentamento das manifestações de 08/01/2023 são evidentes, especialmente pela ausência inesperada de seu principal líder, Anderson Gustavo Torres, em um momento de extrema relevância aliado a falta de ações coordenadas e a difusão restrita de informações cruciais contidas no Relatório de Inteligência no 06/2023 foram fatores decisivos que contribuíram diretamente para a ineficiência da resposta das forças de segurança“, aponta a PF.
Em parte do relatório, a PF cita que “a ausência de articulação e de difusão de dados comprometeu a capacidade de antecipar e enfrentar os atos de violência, revelando um despreparo que não pôde conter a escalada dos eventos ocorridos 08 de janeiro de 2023.”
O relator e ministro Alexandre de Moraes, do STF, encaminhou na segunda-feira, 28, o documento da PF para a Procuradoria-Geral da República (PGR).
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, já havia vinculado, no dia 17 de outubro, a discussão sobre um suposto plano para dar um golpe de estado.
A manifestação está em documento sigiloso apresentado no inquérito da PF, em que apura se o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados políticos participaram da autoria de uma minuta na qual decretaria o estado de sítio no Brasil, após Bolsonaro ser derrotado por Lula.
“Os elementos de convicção até então colhidos indicam que a atuação da organização criminosa investigada foi essencial para a eclosão dos atos depredatórios ocorridos em 8.1.2023”, escreveu o PGR no documento obtido pelo Uol.
Gonet calcula que os atos de depredação na Câmara, Senado e Supremo Tribunal Federal geraram prejuízo na ordem de R$ 26 milhões. Na peça, o PGR defende que os acusados do plano sejam multados no mesmo valor do prejuízo para ressarcimento dos cofres públicos.
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