“Atropelo das normas”, diz Mourão sobre prisão de Braga Netto
"O General Braga Netto não representa nenhum risco para a ordem pública", protestou o senador. Ex-ministro foi preso na investigação sobre tentativa de golpe
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS, foto) protestou na manhã deste sábado, 14, contra a prisão do general Walter Braga Netto.
“O General Braga Netto não representa nenhum risco para a ordem pública e a sua prisão nada mais é do que uma nova página no atropelo das normas legais a que o Brasil está submetido”, reclamou o senador, que foi vice-presidente de Jair Bolsonaro.
Braga Netto foi ministro da Defesa e da Casa Civil do governo Bolsonaro e concorreu como vice na chapa em que o presidente de honra do PL concorreu à reeleição.
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Tentativa de golpe
A prisão é parte da Operação Contragolpe, que apura uma tentativa de golpe de Estado e supostos planos de assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Braga Netto é um dos 40 indiciados pela Polícia Federal no caso. Ele foi preso em Copacabana, no Rio de Janeiro, e será entregue ao Comando Militar do Leste, onde ficará sob custódia do Exército.
A Procuradoria Geral da República (PGR) analisa o resultados das investigações para decidir se apresenta denúncia conta os indiciados.
“Senta o pau no Batista Júnior”
Em 15 de dezembro de 2022, Braga Netto orientou o capitão reformado Ailton Gonçalves Moraes Barros a infernizar a vida do tenente brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Jr. e da família dele, após o então comandante da Aeronáutica ter se recusado a aderir a um golpe de Estado.
“Senta o pau no Batista Júnior. Povo sofrendo, arbitrariedades sendo feitas e ele fechado na mordomia. Negociando favores. Dai [sic] para frente. Inferniza a vida dele e da família.”
A mensagem de Braga Netto foi identificada pela PF no telefone celular de Ailton.
O general também orientou o destinatário a elogiar o então comandante da Marinha, Almir Garnier, que, segundo os depoimentos de Batista Jr.e do ex-comandante do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, topou colocar as tropas à disposição de Bolsonaro quando o então presidente consultou os chefes das Forças Armadas sobre decretos golpistas.
A PF indagou a Baptista Jr. se a determinação de Braga Netto se deveu aos posicionamentos diferentes dele e de Garnier no contexto de tentativa de golpe de Estado.
Baptista Jr. “respondeu que sim”, segundo o relatório. No caso dele, “que se deve ao fato de não ter aderido à tentativa de golpe” e “que não negociou nenhum favor com qualquer pessoa”.
Confirmou também que ele e sua família sofreram diversos ataques, pressões e hostilidades de apoiadores de Bolsonaro visando mudar sua opinião sobre o tema.
A PF ainda apresentou a Baptista Jr. ataques que foram disparados a partir do telefone do próprio Braga Netto, “na rede social WhatsApp, contra a honra e dignidade do depoente”.
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