Até a base de Lula quer entender a megalicitação
O Antagonista revelou, logo depois do anúncio oficial das quatro agências de comunicação vencedoras, que o resultado da licitação já era conhecido desde o dia anterior. Deputado do PDT pede explicação
A megalicitação de comunicação do governo Lula, que selecionou quatro agências amigas do PT, deixou confusa até a base do próprio petista no Congresso Nacional.
O deputado Marcos Tavares (PDT-RJ) protocolou um requerimento de informação para que o ministro-chefe da Secretaria de Communicação Social (Secom) da Presidência da República, Paulo Pimenta (foto), explique “o contrato de R$ 197,7 milhões a ser firmado pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) para o uso de ferramentas de inteligência artificial no monitoramento da popularidade do governo nas redes sociais, incluindo a escolha de agências, critérios de licitação e a implementação de análise de ’emoções’ e ‘sentimentos'”.
O Antagonista revelou na quarta-feira, 24, logo depois do anúncio oficial das quatro agências de comunicação vencedoras, que o resultado já era conhecido desde o dia anterior.
Investigação
A revelação levou o Ministério Público do Tribunal de Contas da União (TCU) a solicitar abertura de investigação. Deputados da oposição também cobraram explicações de Pimenta e parlamentares do Novo pediram o cancelamento da licitação.
Tavares questiona em seu pedido de informação, entre outras coisas, “quais foram os critérios específicos usados para avaliar a “melhor técnica” sobre o “menor preço” na seleção das propostas das agências”. O deputado solicita que o ministro da Secom detalhe “como esses critérios garantem a melhor escolha para o serviço público”.
Alerta
O Antagonista alertou para problemas nesse processo de licitação desde o anúncio da intenção do governo de selecionar agências para melhorar a popularidade de Lula — sob o pretexto de combater fake news (dos outros). Eis o que escrevemos em 17 de abril:
“Quando ouve falar em 200 milhões de reais do governo do PT para agência de publicidade, O Antagonista lembra que, no mensalão, a propina era escoada para os bolsos dos parlamentares a partir de contratos com uma agência de publicidade, comandada por Marcos Valério.
Em 2005, o publicitário Duda Mendonça, marqueteiro de Lula em 2002, admitiu à CPI dos Correios ter recebido 10,5 milhões de reais de Marcos Valério em um paraíso fiscal no exterior. Posteriormente, foi descoberto que o uso de contratos de publicidade para fins ilícitos ocorreu também quando João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara, recebeu 50 mil reais para dar ‘tratamento privilegiado’ a Marcos Valério em licitação vencida pela agência de publicidade SMP&B, pertencente ao empresário mineiro.”
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)