Assédio precisa cessar, diz Transparência Internacional sobre arquivamento
A PGR promoveu o arquivamento do procedimento administrativo iniciado pelo ministro Dias Toffoli, do STF, para tentar investigar a ONG
A Transparência Internacional celebrou nesta quarta-feira, 16, a decisão do procurador-geral da República, Paulo Gonet, de promover o arquivamento do procedimento administrativo iniciado pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, para tentar investigar a ONG em retaliação à publicação do ranking em que o Brasil caiu 10 posições em matéria de corrupção.
Apesar da decisão favorável, a Transparência Internacional defendeu o fim do assédio judicial contra a organização no país.
“A decisão do Procurador-Geral da República é extremamente importante, mas ainda é preciso ir além para fazer cessar os processos difamatórios e o assédio judicial contra a TI no país, que são apenas um exemplo dos ataques que tentam, sistematicamente, intimidar e calar ativistas e jornalistas brasileiros. É fundamental, portanto, que o Brasil priorize o debate sobre a defesa do espaço cívico e mecanismos legais de proteção ao assédio judicial”, afirmou a ONG, em comunicado.
Segundo François Valérian, presidente da Transparência Internacional, os ataques à Transparência Internacional no Brasil “são resultado de nossas ações expondo a corrupção e comprovam a relevância do nosso trabalho confrontando interesses poderosos. Mas isso jamais pode ser normalizado e tolerado. A liberdade e a segurança de ativistas e outros profissionais que atuam em nome do interesse público, como jornalistas investigativos, são elementos fundamentais de uma democracia”.
Bruno Brandão, diretor-executivo da TI Brasil complementou dizendo que os ataques constantes “jamais conseguiram calar a Transparência Internacional nos mais de cem países onde lutamos contra a corrupção. Não será diferente no Brasil. Ao contrário, reforçamos nosso compromisso com a causa anticorrupção pelo que ela fundamentalmente significa: uma luta por direitos”.
A história da fake news contra a Transparência Internacional
Após Toffoli determinar a instauração do procedimento prévio para iniciar uma investigação sobre a ONG, Crusoé publicou matéria de capa, assinada por Felipe Moura Brasil, com o título: “A história da fake news contra a Transparência Internacional”, explicando os métodos usados por Toffoli para retaliar a ONG e refutando, com base em fatos objetivos, as piruetas retóricas usadas pelo ministro do STF e por seus aliados. A matéria é de 16 de fevereiro de 2024.
O Antagonista e Crusoé vigiam o poder, sobretudo quando ele distorce os fatos para retaliar quem o incomoda.
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