As vendettas legislativas
O delegado Jorge Pontes resumiu o sentido das novas regras tramadas no Senado para punir juízes e promotores por suposto abuso de poder, que, segundo ele, buscam tão somente inibir ou dificultar o trabalho dos investigadores...
O delegado Jorge Pontes resumiu o sentido das novas regras tramadas no Senado para punir juízes e promotores por suposto abuso de poder, que, segundo ele, buscam tão somente inibir ou dificultar o trabalho dos investigadores.
Coautor, com o delegado da Lava Jato Márcio Anselmo, do livro “Crime.gov: Quando corrupção e governo se misturam”, Pontes entende que o projeto é típico de um tipo mais sofisticado de quadrilha, a política, que adota o crime institucionalizado.
“O crime institucionalizado, com seus exércitos de eleitos e nomeados em cargos públicos e funções estratégicas, tem o poder de elaborar e promulgar normas administrativas, e até leis, que facilitem sua própria consecução.
Enquanto organizações criminosas convencionais, tipo máfia, se servem de ameaças e violência explícita contra os seus adversários, os operadores da criminalidade institucionalizada promovem suas vendettas, isto é, vinganças legislativas contra aqueles que se põem em seu caminho”, descreve o delegado.
“A caneta e o Diário Oficial estão para o criminoso político que pilota o crime institucionalizado assim como as armas pesadas estão para o capo mafioso”, conclui Pontes.
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