As credenciais conservadoras de Gonet
Candidato à vaga de Augusto Aras na Procuradoria-Geral da República, o vice-procurador-geral eleitoral Paulo Gonet (foto) já votou contra a responsabilização do Estado sobre a morte de opositores do regime durante a ditadura militar, registra O Globo...
Candidato à vaga de Augusto Aras na Procuradoria-Geral da República, o vice-procurador-geral eleitoral Paulo Gonet (foto) já votou contra a responsabilização do Estado sobre a morte de opositores do regime durante a ditadura militar, registra O Globo.
Segundo o jornal, o voto contrário à reparação das vítimas foi dado quando Gonet, que conta com o apoio dos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do STF, representou o Ministério Público Federal (MPF) na Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos, nos anos 1990.
Na ocasião, o atual vice-procurador-geral eleitoral votou contra a responsabilização do Estado nas mortes da estilista Zuzu Angel, em 1976, do estudante Edson Luís, em 1968, e dos guerrilheiros Carlos Marighella e Carlos Lamarca, em 1969 e 1971, respectivamente.
“No cerne da divergência está fato de que a lei que criou a comissão, sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso em 1995, dizia que o objetivo era apurar assassinatos e desaparecimentos com motivação política entre 1961 e 1979 e ‘mortes não naturais’ ocorridas em ‘dependências policiais ou assemelhadas’ de pessoas que tenham participado ou sido acusadas de participação em atividades políticas”, diz o jornal.
“Na ocasião, Gonet e o representante das Forças Armadas, general Oswaldo Pereira Gomes, argumentaram que as vítimas em questão não haviam morrido em instalações policiais”, acrescentou.
O posicionamento de Gonet contrário à responsabilização do Estado sobre as mortes na ditadura não é o único que preocupa a ala mais progressista do PT. Como mostrou O Globo, ele já se manifestou contra o aborto, criticando duramente o direito à interrupção da gravidez em um artigo publicado em 2009, e mostrou resistência à criminalização da homofobia.
Gonet também foi cotado para assumir a PGR no governo de Jair Bolsonaro e sua indicação foi defendida pela deputada federal Bia Kicis (PL-DF), com quem estudou na Universidade de Brasília (UNB). Na época, a parlamentar bolsonarista definiu o vice-procurador-geral eleitoral como “conservador raiz”.
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