Após críticas de Lira, delegados defendem investigações da PF
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) reagiu às críticas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL, foto), Em entrevista à...
A Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF) reagiu às críticas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL, foto), Em entrevista à Folha de S. Paulo, o deputado manifestou preocupação com possíveis excessos nas investigações da Polícia Federal, Segundo os delegados, a atuação da corporação é imparcial e não privilegia nem persegue ninguém.
Luciano Leiro, presidente da ADPF, disse que a PF é um órgão de Estado que conquistou ao longo dos anos o prestígio e a confiança da sociedade devido à seriedade de seus policiais. Ele ressalta que as investigações conduzidas pela corporação são sempre pautadas pela legalidade e pela imparcialidade.
Em entrevista publicada na segunda-feira (18), Lira declarou que a Polícia Federal não deve agir como promotor de Justiça ou juiz, mas sim limitar-se às investigações. O presidente da Câmara afirmou que alguns policiais estão extrapolando sua função.
A PF, por sua vez, considera que não há necessidade de comentar as críticas do presidente da Câmara. Segundo integrantes da corporação, as investigações são baseadas em fatos e a melhor resposta que a Polícia Federal pode dar é continuar seu trabalho nas investigações em andamento.
Vale ressaltar que aliados de Lira foram alvo de investigações da PF em junho deste ano, relacionadas a suspeitas envolvendo kits de robótica. O nome do presidente da Câmara apareceu no inquérito durante a operação, quando os policiais encontraram uma lista de pagamentos atribuídos a ele. O caso foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, semanas depois, o ministro Gilmar Mendes determinou a paralisação da investigação.
Lira classificou essas alegações como abusivas e afirmou que a operação foi anulada por falta de provas. Ele também criticou a operação Perfídia, que investiga supostas fraudes em licitações do Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro, então comandado pelo general Walter Braga Netto.
A declaração do presidente da Câmara foi vista por integrantes da PF como uma tentativa de intimidar a corporação e frear novas investigações.
Luciano Leiro ressalta à Folha que, “se há casos em que, após a investigação, a Justiça decide pela inocência dos investigados, isso só demonstra o êxito do sistema de persecução penal, e não abuso ou excesso dos investigadores, é assim na democracia e no próprio sistema de justiça criminal do Brasil”.
Na entrevista, Lira foi questionado sobre a atuação do ministro da Justiça, Flávio Dino, mas o poupou de críticas. O presidente da Câmara afirmou ter uma boa relação com o titular da pasta, mas focou suas críticas na Polícia Federal.
“O que não deve ter é uma polícia política, para nada. Isso é o pior dos mundos. Nem um polícia com autonomia para fazer o que quer. Nós não temos isso. A Polícia é órgão de estado para cumprir determinações legais”, disse Lia à reportagem.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)