Após aumento em trem e metrô, Nunes congela tarifa de ônibus
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) anunciou que a tarifa de ônibus em São Paulo não sofrerá reajuste. Segundo comunicado emitido pela prefeitura da capital paulista, o valor continuará sendo R$ 4,40. Essa decisão vai na contramão do governo do estado, que aumentará a tarifa de trem e metrô para R$ 5,00...
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) anunciou que a tarifa de ônibus em São Paulo não sofrerá reajuste. Segundo comunicado emitido pela prefeitura da capital paulista, o valor continuará sendo R$ 4,40. Essa decisão vai na contramão do governo do estado, que aumentará a tarifa de trem e metrô para R$ 5,00.
O anúncio do reajuste foi feito pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nesta quinta-feira, 14, e pegou o prefeito da capital paulista de surpresa. A prefeitura explicou que a decisão de manter a tarifa de ônibus foi tomada após uma reunião conjunta entre representantes da área de transportes da Prefeitura de São Paulo e do governo estadual.
A gestão municipal ressaltou que não há nenhum impedimento técnico para que as tarifas dos serviços de ônibus, metrô e trens sejam diferentes, como já aconteceu em anos anteriores.
A atual administração está empenhada em incentivar o uso do transporte coletivo, que é responsável por levar cerca de 7 milhões de passageiros por dia e não teve aumento nos últimos três anos, conforme informado na nota.
O reajuste da tarifa do transporte público na cidade tem gerado divergências entre Tarcísio e Nunes. O valor de R$ 4,40 se mantém desde janeiro de 2020, mesmo com a inflação acumulada de 26% no período, que elevaria a tarifa para R$ 5,55. O aumento anunciado pelo estado é de 13,6%, metade da inflação.
Essa defasagem tem incomodado Tarcísio, que já havia afirmado aos seus secretários que aumentaria a tarifa no próximo ano. Por outro lado, Nunes calcula que o aumento da passagem traria prejuízos para sua campanha de reeleição. Vale destacar que os dois são aliados políticos.
Segundo o governador, as empresas não terão solvência sem um repasse adequado e o congelamento da tarifa tem prejudicado a saúde financeira delas.
Além disso, a unificação das tarifas entre os diferentes meios de transporte na cidade será interrompida após 11 anos. O acordo entre as gestões municipal e estadual estava em vigor desde 2012, quando a tarifa era R$ 3,00. Na época, foi realizado um novo cálculo de distribuição das tarifas para equilibrar o número de passageiros nos diferentes meios de transporte.
A falta de entendimento entre as duas gestões pode gerar confusão na contabilidade das pessoas e impactar diretamente os usuários. Especialistas alertam que sempre que há aumento nas tarifas ocorre uma queda no número de passageiros. Com a disparidade na cobrança entre ônibus e metrô, espera-se uma migração de usuários do metrô para os ônibus.
Apesar disso, ainda há incertezas sobre o impacto que essa mudança trará para a mobilidade urbana da cidade. Rafael Calabria, coordenador de mobilidade urbana do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), destaca que algumas linhas da CPTM não possuem linhas de ônibus exatamente substitutas, o que pode dificultar a integração entre os dois meios de transporte.
Por outro lado, Rafael Drummond, consultor em planejamento urbano e ex-conselheiro do CMTT (Conselho Municipal de Trânsito e Transporte), afirma que é esperada uma migração dos usuários de metrô para os ônibus. Ele ressalta que essa disparidade na tarifa já ocorreu em anos anteriores e resultou em um aumento no número de passageiros nos ônibus da capital paulista.
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