Anne Dias na Crusoé: A manifestação da avenida Paulista e as eleições municipais
Uma eleição municipal tem um perfil muito diferente das demais; o voto é mais disputado, o contato com o eleitor é mais próximo
Em sua coluna semanal para Crusoé, Anne Dias traz nesta edição uma crônica comentando a manifestação na Avenida Paulista pró-Bolsonaro e também a influência que o ex-presidente vai ter nas eleições municipais.
O ex-presidente Jair Bolsonaro, mesmo inelegível, mostrou que está no páreo eleitoral: ele tem poder de mobilização e fez bonito ao reunir milhares de pessoas nas ruas no último domingo, 25, em São Paulo. O ato foi grandioso, contou com a presença de importantes nomes da direita, como Romeu Zema e Tarcísio de Freitas, e evidenciou que o Brasil ainda está profundamente dividido em dois lados. Até mesmo Lula admitiu que o ato foi grande. Mas será que essa polarização se manterá até outubro? O que podemos esperar das eleições de 2024?
Polarização é um termo nada novo para nós brasileiros. Os partidos políticos se tornaram times de futebol com camisetas e paixões irracionais disputando uma final de campeonato. Nós vivemos isso, mais recentemente, nos Atos de 8 de janeiro na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes. As imagens mostraram que a polarização não acabou nas urnas. Outro forte sinal dado nas eleições passadas do acirramento da polarização foi o fracasso das diversas tentativas de emplacar uma “terceira via”, com nomes sérios concorrendo por outros partidos e polos ideológicos. Não houve chance de qualquer respiro para um terceiro candidato.
O ano de 2022 foi bem mais polarizado do que 2018. Em 2022, tivemos a presença do nome “Lula” na disputa, representando um extremo polo político em comparação com seu aliado Hadad, que concorreu em 2018. Lula personifica a extrema esquerda brasileira, somando os anos em que governou pelo PT com a condenação na Lava Jato e seu período na prisão. O Bolsonaro de 2022 também se apresentou como um nome muito mais polarizador do que na eleição anterior. Ele já não era apenas um outsider, mas alguém que governou o país por quatro anos, enfrentando um período desafiador ao lidar com a pandemia. Ele representava a principal, e praticamente única, força de direita contra Lula.
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