Amenidades para aliviar tensão entre Biden e Xi Jinping
A conversa abordou a relação bilateral EUA-China, a importância de fortalecer as comunicações e gerenciar a competição de forma responsável
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da China, Xi Jinping, conversaram por telefone, nesta terça-feira, 2. Essa foi a primeira conversa entre os líderes desde a histórica cúpula ocorrida em novembro do ano passado. A ligação é parte dos esforços contínuos de autoridades norte-americanas e chinesas para acalmar as tensões entre as duas superpotências.
Em meio às turbulências globais causadas pelas guerras em Gaza e na Ucrânia, bem como pelas capacidades nucleares da Coreia do Norte, espera-se que esses assuntos tenham sido discutidos durante a chamada.
Além disso, outras questões que têm tensionado a relação entre Washington e Pequim também estiveram na pauta, como Taiwan, as recentes provocações chinesas no Mar do Sul da China e as violações dos direitos humanos cometidas pelo governo chinês.
Durante a ligação, os dois líderes também discutiram uma série de questões em que os EUA e a China veem espaço para cooperação. Isso inclui o combate às drogas, o desenvolvimento acelerado da inteligência artificial e a luta contra as mudanças climáticas.
Compromisso entre os dois governos
Essa conversa entre Biden e Xi é um acompanhamento de um compromisso feito publicamente pelo presidente americano após o encontro que teve com Xi em Woodside, Califórnia, no ano passado. Na ocasião, eles se comprometeram a manter uma comunicação mais frequente por telefone, com o objetivo de evitar mal-entendidos potencialmente perigosos entre os dois países mais poderosos do mundo.
De acordo com um alto funcionário da administração, a ligação abordou a relação bilateral EUA-China, a importância de fortalecer as linhas de comunicação e gerenciar a competição de forma responsável.
Além disso, foram discutidas questões regionais e globais. Segundo o funcionário, a intensa competição entre os dois países requer uma diplomacia cuidadosa para gerenciar tensões, corrigir percepções equivocadas e evitar conflitos não intencionais. Essa ligação é uma forma de alcançar esses objetivos.
Tensões entre EUA e China
O mesmo funcionário destacou que, apesar dos esforços feitos por ambos os países no último ano para reduzir as tensões históricas na relação EUA-China, ainda é necessário seguir o princípio de “confiar, mas verificar“. Ou seja, não basta apenas aceitar as promessas dos chineses sem questionar. É preciso observar os resultados e as ações concretas para garantir que os interesses americanos sejam protegidos.
Essa dinâmica foi evidenciada durante a cúpula de novembro, quando Biden, após ressaltar a natureza construtiva do encontro com Xi, referiu-se ao líder chinês como ditador. Essa declaração gerou polêmica e marcou um final desajeitado para o importante encontro entre os dois líderes.
O governo Biden planeja continuar enfatizando para Pequim suas sérias preocupações com os esforços chineses de invadir a infraestrutura crítica dos EUA. Segundo informações da CNN em janeiro, Xi garantiu a Biden, durante o encontro em novembro, que a China não interferiria nas eleições presidenciais dos EUA em 2024. No entanto, o alto funcionário do governo americano ressaltou a importância de verificar as ações chinesas e pressionar quando necessário.
Visita à China
Além da chamada entre Biden e Xi, a secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, está programada para visitar a China no final desta semana. Durante sua visita, ela se encontrará com seus homólogos chineses e terá discussões francas sobre as práticas comerciais injustas da China. Yellen já alertou sobre os riscos representados pelo excesso de capacidade da China para a economia global, mas também enfatizou que uma separação completa entre os dois países seria desastrosa para os EUA.
Outros funcionários americanos também tiveram conversas com autoridades chinesas neste ano, destacando a importância do relacionamento bilateral entre os dois países.
Xi prometeu fortalecer a coordenação estratégica entre a China e a Rússia em uma chamada com o presidente russo Vladimir Putin no início deste ano. Embora a China não tenha fornecido publicamente ajuda letal à Rússia, o oficial alertou que o apoio chinês permitiu à Rússia reconstruir sua base industrial de defesa, impactando as relações comerciais da Europa.
Biden e Xi falaram pela última vez ao telefone em julho de 2022. Espera-se que haja outra reunião pessoal entre os líderes em um futuro próximo, segundo o alto funcionário do governo.
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