Alexandre Soares Silva, na Crusoé: “Malignos ou burros?”
Depois de milênios de filósofos políticos discutindo a natureza do poder, um ponto que parece impossível de ser resolvido pela mente humana é decidir se os governos do mundo são malévolos ou simplesmente estúpidos...
Depois de milênios de filósofos políticos discutindo a natureza do poder, um ponto que parece impossível de ser resolvido pela mente humana é decidir se os governos do mundo são malévolos ou simplesmente estúpidos.
Ia escrever “decidir se as elites são malévolas ou simplesmente estúpidas”, mas falar em “as elites” pressupõe que não faço parte delas, o que sempre me parece um pouco humilhante. Prefiro me considerar parte da elite, na minha cabeça. De algum tipo de elite, pelo menos. A elite dos que fariam parte da elite se acordassem antes do meio-dia de vez em quando.
Cada vez que alguém fala “as elites” em tom acusatório, essa pessoa fica um pouquinho mais pobre, mais careca, mais desdentada, o cheiro do seu suor fica um pouco mais azedo, e o seu carro é capaz de quebrar no mesmo dia. Evitemos a expressão…
A pergunta é se as coisas chegaram ao ponto que chegaram de acordo com um plano maligno de milionários, em alguma estação de esqui cem anos atrás, ou se tudo ficou desse jeito meio sozinho, como um desenvolvimento natural da burrice dos nossos intelectuais e governantes (e nossa própria, talvez, talvez).
Se eu editasse um jornal, eis como eu faria a seção de política: eu a dividiria em duas colunas. Uma das colunas viria com o título MALIGNIDADES, e a outra IMBECILIDADES. E assim distribuiria as notícias do dia.
Recentemente, por exemplo, colocaria na coluna IMBECILIDADES esta notícia:…
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