RETROSPECTIVA 2022 | Alexandre de Moraes, o xerife-geral da República
Em 2022, o Brasil descobriu um novo xerife: o presidente do TSE, Alexandre de Moraes...
Em 2022, o Brasil descobriu um novo xerife: o presidente do TSE, Alexandre de Moraes.
Para os admiradores, ele é a reencarnação do filósofo Michel Foucault [igualmente careca]. O homem que “vigia e pune”. Para os críticos, Moraes atuou fora dos seus limites constitucionais. Para os bolsonaristas, tirou a reeleição de Jair e trabalhou incansavelmente pela vitória de Lula, em um pleito questionável.
Pelo bem da verdade, não foi neste ano que começaram os atritos entre Moraes e o chefe do Executivo. Mas, em 2022, qualquer tentativa de conciliação foi eliminada pela insistência do presidente da República em questionar, sem provas, o processo eleitoral.
A resposta veio em vários atos.
Em agosto, durante sua posse como presidente no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro defendeu, na frente de Bolsonaro, as urnas eletrônicas – e ouviu longos aplausos.
No dia das eleições, Moraes ameaçou prender o diretor-geral da PRF por suposta interferência nas eleições; em novembro, aplicou uma multa milionária ao PL por colocar em dúvida as urnas eletrônicas.
Em outra corrente, Moraes mandou tirar do ar as redes do Partido da Causa Operária (PCO), de extrema esquerda, mandou a Polícia Federal buscar provas sobre empresários que falaram sobre um possível golpe militar em grupos privados de Whatsapp e, em um ato raro, contrariou a Procuradoria-Geral da República (PGR) e manteve uma investigação aberta contra o presidente da República.
Essa atuação fez com que o próprio Alexandre de Moraes virasse vidraça: um ex-companheiro de Corte classificou seu discurso como “agressivo”; advogados divulgaram um abaixo-assinado contra sua suposta “escalada autoritária”; e a Câmara chegou a coletar assinaturas para uma “CPI do Xandão”, focada no STF.
No último dia 12, ao diplomar Lula como presidente da República, Moraes fez um novo discurso contundente, no qual disse, sem meias palavras, que quem atentou contra a democracia seria responsabilizado.
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