AGU recorre para liberar resultados do CNU após suspeita de fraude
Governo alega prejuízos irreparáveis e pede urgência na revisão da decisão judicial que suspendeu resultados do bloco 4 do CNU
A Advocacia-Geral da União (AGU) está recorrendo com urgência à Justiça para que seja revista a decisão que suspendeu a divulgação dos resultados do bloco 4 do Concurso Nacional Unificado (CNU). A suspensão foi determinada pela 14ª Vara do Distrito Federal, após uma ação popular questionar a integridade do processo em razão de um suposto vazamento de provas ocorrido em Recife (PE).
O restante dos resultados do concurso foi divulgado nesta terça-feira, com exceção do bloco 4, cujas vagas são voltadas para áreas essenciais como saúde e trabalho.
A AGU argumenta que a suspensão impõe “prejuízos irreparáveis” ao andamento do certame, especialmente em relação aos cargos estratégicos oferecidos nesse bloco.
Vazamento do CNU contestado
O suposto vazamento de provas teria ocorrido durante a aplicação do CNU em uma escola de Recife. Segundo a ação popular que gerou a suspensão, candidatos que faziam a prova no turno da manhã teriam tido acesso ao caderno de questões que seria utilizado no período da tarde.
O governo, por sua vez, confirmou que houve um problema, mas minimizou o impacto, afirmando que a falha foi prontamente identificada e corrigida.
De acordo com o recurso apresentado pela AGU, fiscais que aplicavam as provas perceberam rapidamente o erro, recolheram os cadernos e providenciaram a substituição por outros corretos, antes que o vazamento pudesse comprometer a integridade geral do concurso. Com isso, o governo defende que a lisura do processo foi mantida.
Vagas do bloco 4
Entre os cargos do bloco 4, estão funções estratégicas ligadas à área de saúde e à administração pública, incluindo médicos, psicólogos, auditores-fiscais e analistas de políticas sociais.
A AGU argumenta que esses cargos são essenciais para o funcionamento de setores cruciais do governo, como o trabalho de fiscalização do Ministério do Trabalho e a saúde pública, ressaltando que a demora na divulgação dos resultados pode impactar negativamente a prestação de serviços à população.
No recurso, a AGU destaca especialmente a importância da atuação dos Auditores-Fiscais do Trabalho, cuja última contratação em concurso público ocorreu em 2013. Esse cargo, que compõe a maior parte das vagas do bloco 4, é considerado essencial para garantir o cumprimento das normas trabalhistas em todo o país.
Segundo a AGU, 92,69% das vagas do bloco 4 são destinadas a essa função, o que torna a suspensão dos resultados ainda mais prejudicial.
Impactos na administração pública
A AGU reforça no recurso que, além dos Auditores-Fiscais, outros cargos também são de extrema relevância, como Especialistas em Indigenismo, Analistas de Políticas Sociais e Especialistas em Gestão Governamental.
A paralisação na divulgação dos resultados pode atrasar a ocupação dessas posições e, consequentemente, prejudicar a gestão de áreas fundamentais do governo.
Diante do cenário, o governo pede à Justiça que considere a urgência da questão e permita a continuidade da divulgação dos resultados, garantindo a contratação dos profissionais necessários para o bom andamento dos serviços públicos.
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