Agora é Musk contra o governo Lula
Ao incluir o petista no embate com Moraes, Musk instigou os integrantes do governo a intensificarem os ataques a ele e poluiu seu pleito por liberdade de expressão
O bilionário Elon Musk revolveu incluir o presidente Lula (PT) no embate com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A estratégia lhe dá o reforço dos apoiadores de Jair Bolsonaro, mas polui seu pleito original, por liberdade de expressão, desviando a questão para embates com integrantes do governo. E os lulistas intensificaram os ataques a ele em sua própria rede social.
O próprio Lula, que até então não havia se manifestado sobre o assunto, fez uma alusão ao bilionário sul-africano nesta terça-feira, 9, durante evento sobre meio ambiente, sem mencionar seu nome diretamente.
“Tem gente que não acredita que os desmatamentos e as queimadas prejudicam o planeta Terra. E muita gente não leva a sério o que significa a manutenção das florestas para a manutenção da qualidade de vida nessa enorme casa que é a Terra. E daqui não podemos fugir. Tem até bilionário tentando fazer foguete para achar algo no espaço, mas não tem. Ele vai ter que aprender a viver aqui. Ele vai ter que utilizar o dinheiro dele para ajudar a preservar o meio ambiente.”
Desde o final de semana, os lulistas têm aproveitado a questão levantada por Musk para defender a regulamentação das redes sociais.
“Aqui, não!”
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, disse que o dono do X atua na lei do mais forte e, ao ameaçar descumprir as resoluções do TSE, age para “corroer as leis democráticas dos países que julga mais fracos”.
“Elon Musk atua na lei do mais forte, atenta contra a democracia brasileira porque julga que a nossa república é mais fraca que seu patrimônio. Aqui, descumpre resoluções do TSE, faz ataques ao ministro Alexandre de Moraes e diz que não seguirá mais determinações da Justiça. Já na Europa, segue resoluções equivalentes impostas por órgãos competentes.
A defesa da ‘liberdade de expressão’ nada mais é que um verniz para a estratégia de corroer as leis democráticas dos países que julga ‘mais fracos’. Ontem ele testou os limites da nossa democracia e falhou.
O Brasil não é uma república menor, onde bilionários estrangeiros fazem o que querem. Aqui, não!”
Quem mais esperneou
Outro que usou a questão para sacar do bolso o discurso da regulamentação foi o advogado-geral da União, Jorge Messias.
Em seu perfil no X, o AGU disse que “é urgente regulamentar as redes sociais”.
“Não podemos conviver em uma sociedade em que bilionários com domicílio no exterior tenham controle de redes sociais e se coloquem em condições de violar o Estado de Direito, descumprindo ordens judiciais e ameaçando nossas autoridades. A Paz Social é inegociável”, acrescentou.
Presidente nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR) também esperneou:
“Patético é o menor dos adjetivos para descrever a resposta de Elon Musk ao ministro Alexandre de Moraes, inflamando a extrema-direita ao insinuar que há censura no Brasil, ao mesmo tempo que sua rede permite discursos de ódio e propagação em larga escala de notícias falsas. Enquanto tentarem enfraquecer democracias nós vamos resistir. E exigir que ninguém seja anistiado!”.
Líder do governo no Senado, o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) foi mais enfático na defesa de Lula.
“O bilionário mimado neofascista resolveu dobrar a aposta e atacar o Presidente da República. O objetivo é ter o X suspenso no Brasil por decisão judicial para chorar que está sendo censurado, incentivar o ódio e fomentar ataques contra nossas instituições. O golpe tá aí, cai quem quer… Aliás, de golpe esse pessoal entende, né?”
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