Agente duplo da ditadura militar, José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo (foto), foi enterrado na quarta (16) com o nome falso de Alexandre da Silva Montenegro num cemitério em Jundiaí (SP), informa o Estadão.

Ele tinha 80 anos e morreu na terça (15), após sofrer um mal súbito, diz o jornal.

Em março de 1964, Anselmo integrava a associação de marinheiros no Rio quando liderou uma greve dos militares, que acabou servindo de estopim para o golpe que depôs João Goulart. Preso, ele fugiu e viajou para Cuba, onde treinou táticas de guerrilha.

De volta ao Brasil, o ex-marinheiro foi capturado pelo delegado Sérgio Fleury quando fazia parte da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) e aceitou delatar os colegas de guerrilha em troca de proteção. Entre os delatados estava Soledad Barret Viedma, morta pelos agentes de Fleury em 1973, quando estava grávida de Anselmo.

Em 2019, o delator foi homenageado por deputados bolsonaristas na Alesp.