‘Agência Lula’ reverbera teoria conspiratória de Maduro
Agência Brasil publica texto para tratar de "o que se sabe sobre suposto ataque cibernético contra a Venezuela". Tudo o que há para saber é que isso foi inventado para manter Maduro no poder
A Agência Brasil, que O Antagonista chama de “Agência Lula” sempre que se inclina para a defesa do governo petista, publicou um texto para tratar de “o que se sabe sobre suposto ataque cibernético contra a Venezuela”, alegado pelo regime de Nicolás Maduro para justificar a interrupção da apuração de votos e o posterior anúncio oficial de que o ditador foi reeleito.
O que se sabe sobre alegado ataque cibernético “contra a Venezuela” é que ele foi inventado pela ditadura para justificar a interrupção da apuração de votos e o posterior anúncio de que o ditador foi reeleito. E nada mais.
Ninguém levou essa narrativa a sério, a não ser o procurador-geral da República da Venezuela, o chavista Tarek William Saab, que se baseou em denúncia sem provas para acusar três opositores pelo alegado ataque.
Mas a Agência Lula se prestou a destacar que “segundo autoridades do país [Venezuela], os ataques foram feitos principalmente da Macedônia do Norte, país do leste europeu, e chegaram a 30 milhões por minuto. Além disso, continuariam ocorrendo até o último domingo (11)”.
Não há evidências
O texto da agência oficial segue: “Na segunda-feira (12), a ministra da Ciência e Tecnologia da Venezuela, Gabriela Jiménez, apresentou balanço sobre o suposto ataque hacker. Ela disse que 25 instituições do país foram prejudicadas, incluindo desde a estatal petrolífera (PDVSA), passando por empresas de comunicação e de telecomunicações, até o sistema eleitoral”.
A Agência Brasil diz, com muita boa vontade, que “a versão do governo foi parcialmente corroborada por importante empresa de segurança da informação dos Estados Unidos – a Netscout Systems”, E completa: “Por outro lado, a chefe da missão de observação do Centro Carter, Jennie Lincoln – que participou da missão de observação das eleições na Venezuela -, afirmou que não há evidências desse ataque cibernético”.
Enquanto isso…
Enquanto a Agência Lula dá atenção a uma teoria conspiratória, o governo Lula estuda dar uma segunda chance para que Maduro tente fraudar uma próxima eleição, numa espécie de “segundo turno”, como definiu o chanceler paralelo Celso Amorim.
A missão de observadores internacionais da ONU enviada para acompanhar as eleições do dia 28 de julho na Venezuela divulgou na noite de terça-feira, 13, um relatório parcial sobre as eleições, concluído inicialmente em 9 de agosto. O texto valida as atas divulgadas pela oposição.
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