Agamenon: “O meu fude truque”
Por estar vivendo há mais de ano na penúria e no mais completo miserê, o indivíduo vai, aos poucos, perdendo a noção das coisas. Fica com a mente perturbada e pode até se tornar maluco, desequilibrado mental ou um mero psicopata. É o que está acontecendo comigo dentro de minha mente perturbada...
Por estar vivendo há mais de ano na penúria e no mais completo miserê, o indivíduo vai, aos poucos, perdendo a noção das coisas. Fica com a mente perturbada e pode até se tornar maluco, desequilibrado mental ou um mero psicopata. É o que está acontecendo comigo dentro de minha mente perturbada.
Ao invés de traficar, roubar ou participar de uma concorrência fraudulenta, como qualquer brasileiro que ganha a vida desonestamente, me ocorreu a ideia esdrúxula de trabalhar. Abrir um negócio. O negócio no caso é a minha patroa, a Isaura, que, por sinal, já está aberta há muito tempo, sem fins lucrativos.
Dada a nossa situação, resolvemos, Isaura e eu, transformar o nosso Dodge Dart 73 enferrujado, que fica estacionado na Rua da Amargura s/n, fundos, num fude truque. Fude truque é a atividade que está mais na moda ultimamente. Antigamente, quem que não queria estudar nem trabalhar e viver a vida na vagabundagem virava videomaker, blogueiro ou, então, DJ de baile funk. Mas hoje o lance é fazer um fude truque.
Pois então: Isaura, a minha patroa, e eu decidimos entrar para o ramo de alimentação móvel popular. No nosso caso, “o de comer” oferecido são as partes remotas e profundas da Isaura, a minha senhora, isto é, assim que a vigilância sanitária liberar o alvará da criatura. A fábrica de benzetacil já ofereceu uma verba de patrocínio.
Antes mesmo da abertura oficial do serviço, uma fila de padeiros, leiteiros, entregadores de pizza, técnicos da TV a cabo e outros ícones do imaginário eroto-adulterino já fazem fila na porta do nosso estabelecimento de alimentação autopropulsada. Todos ansiosos para saborear os quitutes da Isaura: o bacalhau cozido e a rabada com angu são os pratos mais pedidos e repetidos.
Mas no Brasil, infelizmente, o autoempreendedorismo não é muito desenvolvido. Somos um casal de liberais e, por isso, enfrentamos grandes dificuldades. Outro dia mesmo, Isaura acabou sendo rebocada para um depósito do Detran só porque um freguês resolveu estacionar do lado proibido.
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Agamenon Mendes Pedreira só pega no tranco.
Para ser um self-service man, como na América, tenho que lançar mão dos incentivos das leis brasileiras. Arrumei um qualquer da Lei Rouanet: por conta de suas moléstias sexualmente transmissíveis, Isaura, a minha patroa, dissemina várias culturas
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