Agamenon na Crusoé: “As aventuras de Mister Abin”
Paranoico ao extremo, Jair Bozonaro também mandou que a agência paralela espionasse ele mesmo porque não se pode confiar em ninguém
O mais curioso nesse escândalo da Abin é que a agência de espionagem brasileira se autodenomina de “inteligência”. Desde quando existe inteligência em Brasília? O bilionário Elon Musk nunca vai conseguir colocar o seu chip no cérebro de alguém no Distrito Federal porque vai ser difícil arrumar um cérebro funcionando normalmente na capital do país. Se a Abin tivesse que fazer a prova do Enem seria reprovada e examinando-se os resultados dos trabalhos da Abin teria que mudar o nome para Agência Brasileira Intestinal. Assim, o projeto do chip cerebral do Elon Musk, seria modificado para um supositório. As trapalhadas da espionagem tupiniquim inspiraram o comediante inglês Rowan Atkinson, o Mister Bean, a fazer mais um remake na Globo: As Aventuras do Mr. Abin, desta vez encenadas no Planalto Central e em Angra dos Reis.
A Abin nasceu do extinto SNI, órgão de informação secreta da ditadura e que teve na sua chefia o general Figueiredo conhecido por gostar mais do cheiro de cavalo do que do cheiro do povo. Na época, o presidente Figueiredo foi muito criticado por essa declaração de caráter equino-identitária. Não vi nenhum problema nisso, afinal é natural que quadrupedes gostem do cheiro dos seus semelhantes.
O SNI bisbilhotava a vida de todo mundo mas, por ser uma organização paramilitar, era muito organizado: todos os seus agentes secretos usavam crachá, bigode e óculos escuros. Sendo um serviço de informação o pessoal do SNI sabia de todas as fofocas do poder, acompanhavam todas as novelas, assinavam a revista Caras e todas as outras especializadas nos babados do mundo artístico e tinham informantes em todos os salões de cabeleireiro. Com o fim da ditadura militar e das revistas de fofocas, o SNI mudou de nome para Abin e, de lá para cá, tem se especializado em fazer espionagem usando tecnologia digital, uma espécie de BBB que não acaba nunca.
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