Agamenon Mendes na Crusoé: Cidade calamitosa
Em sua coluna semana na Crusoé, Agamenon Mendes Pedreira destaca a onda de violência do Rio de Janeiro. Nessa semana, 35 ônibus foram incendiados após a morte de um miliciano conhecido como Faustão...
Em sua coluna semana na Crusoé, Agamenon Mendes Pedreira destaca a onda de violência do Rio de Janeiro. Nessa semana, 35 ônibus foram incendiados após a morte de um miliciano conhecido como Faustão.
Estava eu sossegado, curtindo uma temporada em Israel, num sítio de um amigo meu que fica ao lado da Faixa de Gaza. Deitado na rede, de boa, fumava um avantajado charuto de maconha enquanto contemplava os mísseis que passavam de lá para cá e de cá para lá em alegre revoada.
A gente tem que saber apreciar os bons momentos da vida, mesmo porque, a qualquer momento, o Guga Chacra, o despentelhado jornalista árabo-israelino, vem aporrinhar com as notícias da guerra.
Devido ao som das explosões e tiroteios, eu não conseguia ouvir direito as notícias de esporte, mas, nas vésperas das Olimpíadas de Paris, o Brasil, mais uma vez humilhou o mundo, mostrando que ainda é o campeão de violência e barbárie sem barreiras. Não tem pra ninguém!
Os milicianos do Velho Oeste, quer dizer, da Zona Oeste resolveram tacar fogo em 35 ônibus e tocar o terror na cidade. Se é que a Barra da Tijuca pode ser considerada uma cidade.
Se vocês acham que o conflito na Palestina Israelense é uma desgraça, é porque não conhecem direito os conflitos entre os milicianos, traficantes e policiais cariocas. Os policiais e os traficantes alegam, conforme está na Bíblia Sagrada, que chegaram primeiro à Terra Prometida e sempre viveram em perfeita comunhão. Comunhão de bens alheios, é claro. Segundo as visões do profeta Leonel (Brizola), os “canas” não podiam entrar nas favelas, os traficantes não podiam sair e os moradores não podiam nem entrar nem sair. Mas aí veio o filme Tropa de Elite e tudo mudou. O incorruptível Capitão Nascimento mostrou a todos que os milicianos estavam infiltrados em todas as tradicionais instituições cariocas: o jogo do bicho, a Máfia do Côco e os blocos de carnaval. Todo mundo levava um por fora e, se recusasse, levava um por dentro!
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