Advogada de família política no Mato Grosso recebeu auxílio emergencial; primeiro, ela negou
A advogada Adriane Carpiné Favini, filha do presidente da Câmara Municipal de Sapezal (MT), Osmar Favini, pediu e teve direito ao auxílio emergencial do governo federal destinado, em tese, aos mais vulneráveis em meio à pandemia da Covid-19...
A advogada Adriane Carpiné Favini, filha do presidente da Câmara Municipal de Sapezal (MT), Osmar Favini, pediu e teve direito ao auxílio emergencial do governo federal destinado, em tese, aos mais vulneráveis em meio à pandemia da Covid-19.
O vereador Osmar Favini, empresário bem-sucedido na cidade, cogitou disputar a Prefeitura neste ano, valendo-se justamente das relações da família com a força do agronegócio na região.
No último dia 18, O Antagonista ligou para advogada e ela negou, mais de uma vez, ter solicitado o benefício. “Se fizeram o benefício em meu nome, eu vou devolver, já vou fazer a devolução disso aí”, disse. A advogada argumentou ser “bem provável” que alguém tivesse pedido o benefício em nome dela.
Insistimos na pergunta se, de fato, então, ela nunca tinha solicitado o benefício, ao contrário do que constava no cadastro do governo federal.
“Não. Não caiu nada na minha conta. Se eu recebi este dinheiro, eu nem vi este dinheiro”, respondeu ela, prometendo, inclusive, fazer um boletim de ocorrência para denunciar a possível fraude.
Não era verdade.
O vereador Favini, pai da advogada, acabou revelando ao site “Sapezal Online” que a filha havia solicitado, sim, o auxílio emergencial. Segundo ele, a filha pediu o benefício “logo no início da pandemia, quando fechou seu escritório de advocacia”. Ele também afirmou que “não pode ser responsabilizado pela atitude da filha” e que “o objetivo jamais foi fraudar o programa emergencial”.
A própria advogada acabou divulgando uma “carta aberta” à população do município voltando atrás e confessando que pediu o benefício.
“Sobre o motivo pelo qual realizei o cadastro em referido programa, afirmo que tomei o ato impensadamente em razão do cenário apocalíptico desenhado no início da pandemia. Contudo, tentei fazer o cancelamento do benefício logo após, mas o sistema não permitiu.”
Na carta, ela disse ser autônoma, não ter emprego fixo e reforçou que fechou seu escritório durante a pandemia. Ela também informou, apresentando documentos, que devolveu aos cofres públicos os valores já liberados. A advogada afirmou também que é “responsável pelos seus atos” e que seu pai não sabia que ela tinha pedido o benefício.
Auditoria da área técnica do TCU, como noticiamos há pouco, apontou indícios de irregularidades em até R$ 42,1 bilhões pagos como auxílio emergencial no combate ao novo coronavírus.
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