Advogada de Bolsonaro defendeu Tolentino na Justiça Eleitoral
Karina Kufa, que entrou na mira da CPI da Covid, foi advogada eleitoral do empresário Marcos Tolentino, suspeito de ser sócio oculto da FIB Bank, empresa que concedeu carta-fiança para a Precisa no contrato de venda da Covaxin para o Ministério da Saúde. Tolentino, que nega as acusações, será ouvido amanhã pelos senadores...
Karina Kufa, que entrou na mira da CPI da Covid, foi advogada eleitoral do empresário Marcos Tolentino, suspeito de ser sócio oculto da FIB Bank, empresa que concedeu carta-fiança para a Precisa no contrato de venda da Covaxin para o Ministério da Saúde. Tolentino, que nega as acusações, será ouvido amanhã pelos senadores.
Em 2014, ele tentou concorrer a deputado federal pelo PEN (hoje Patriotas) por Minas Gerais, mas o MP eleitoral impugnou sua candidatura, com base na Lei da Ficha Limpa. Tolentino desistiu de concorrer, mas não prestou contas ao TRE — ficando “inadimplente”.
O empresário contratou Kufa, pois buscava tentar novamente uma cadeira na Câmara, em 2018, dessa vez pelo Amapá. A advogada entrou com uma ação declaratória de nulidade.
“Diante da expectativa em candidatar-se nas próximas eleições no Estado do Amapá, requereu, aos dias 21/09/2017, perante a 2ª Zona Eleitoral da Comarca[sic] de Macapá, a transferência de seu domicílio eleitoral, que foi indeferido com fundamento na ausência de quitação decorrente da não prestação de contas. Salienta quenecessita realizar a transferência até 07/10/2017, um ano antes da eleição, para observância do art. 14, §3º, V, CR/88 c/c art. 9º, Lei 9.504/97”, narrou a advogada no recurso — que só foi a julgamento em 2019.
Como a certidão de quitação eleitoral não saiu a tempo, Tolentino acabou não concorrendo no pleito que elegeu Jair Bolsonaro.
Kufa, que advoga para o presidente da República, disse a O Antagonista que só defendeu o empresário no caso específico e não manteve mais contato. O site tentou, sem sucesso, falar com o empresário.
Ontem, a advogada negou, por meio de nota, que tenha atuado como intermediária de lobistas do caso Precisa. Desde a semana passada, a CPI passou a suspeitar de um churrasco que Kufa organizou em sua casa, com a presença de Ricardo Santana e Marconny Faria.
“Sem elementos concretos para enquadrar o chefe do Executivo, partiram para o ataque sem reservas contra mim e contra outras pessoas próximas a ele. Gostaria de deixar claro que não tenho qualquer vínculo com a compra ou venda de vacinas e testes para Covid”, disse a advogada. “Fazer churrasco não é crime; conhecer pessoas não é crime.”
Kufa disse ainda ser “inaceitável que, mais uma vez, tentem incriminar as relações entre advogado e cliente. Isso é uma agressão à advogacia e um claro abuso de autoridade”.
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