Acusado de ligação com PCC tem 23 armas apreendidas
O dono das armas apreendidas é o presidente afastado da empresa UPBus, investigada por ter ligação com o PCC
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), em conjunto com a 2ª Delegacia da Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio, apreendeu 23 armas de fogo de Ubiratan Antônio da Cunha, presidente afastado da empresa de ônibus UPBus, informou reportagem da Folha de S. Paulo.
Cunha é acusado de lavagem de dinheiro e organização criminosa, sendo um dos alvos da Operação Fim da Linha, deflagrada em abril deste ano.
A Operação Fim da Linha é uma ação coordenada pelo Ministério Público de São Paulo em parceria com a Polícia Militar, Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e Receita Federal, visando investigar empresas de ônibus envolvidas em atividades ilícitas e envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Armas apreendidas
Além das 23 armas de fogo, a Polícia Civil apreendeu o celular de Cunha e o dispositivo de armazenamento de imagens do sistema de monitoramento da empresa. Segundo o MP, a intervenção foi motivada por denúncias de violência e intimidação praticadas por Cunha, incluindo a expulsão de membros de uma cooperativa predecessora da UPBus da sede da empresa.
Esta não é a primeira vez que armas foram apreendidas de Cunha. Em 2022, uma operação do Denarc (Departamento de Combate ao Narcotráfico) já havia resultado na apreensão de armas sob sua posse.
Envolvimento com o PCC
A investigação revelou que, entre os anos de 2014 e 2024, um indivíduo responsável por coordenar as atividades de tráfico do PCC e outra pessoa injetaram mais de R$ 20 milhões em recursos ilícitos em uma cooperativa de transporte público da zona leste, que posteriormente se transformou na empresa Upbus. Essa ação possibilitou a participação da empresa em uma licitação promovida pela prefeitura de São Paulo em 2015. Ambas as pessoas envolvidas faziam parte do quadro societário da Upbus.
No caso da Transwolff (TW), outra empresa de ônibus investigada na operação, entre os anos de 2008 e 2023, dez indivíduos foram acusados de constituir e integrar uma organização criminosa. Eles utilizaram o grupo econômico TW/Cooperpam para cometer os crimes de apropriação indébita, extorsão, lavagem de dinheiro e fraudes em licitações. Estima-se que cerca de R$ 54 milhões provenientes do tráfico de drogas tenham sido lavados através dessa empresa de transporte, que também precisava dos recursos para se qualificar nas licitações.
Ambas as empresas sofreram intervenção por parte do município. Em uma edição extraordinária publicada no Diário Oficial do município, o prefeito Ricardo Nunes decretou a intervenção, informando que a prefeitura, por meio da SPTrans, assumiria o controle das linhas.
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