Acabou o amor? França “não apita nada”, diz Lula
Lula destacou que a competência para decidir sobre acordo comercial UE-Mercosul recai sobre a Comissão Europeia, liderada por Ursula von der Leyen
Em meio às complexas negociações sobre o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta quarta-feira, 27 de novembro de 2024, que a França “não apita nada” nessa questão.
Em pronunciamento durante a abertura do Encontro Nacional da Indústria em Brasília, Lula destacou que a competência para decidir recai sobre a Comissão Europeia, liderada por Ursula von der Leyen, que poderia concluir o tratado independentemente da posição francesa. O presidente brasileiro manifestou seu desejo de ver o acordo assinado ainda neste ano.
França contra o acordo Mercosul- UE
A declaração de Lula ocorre em um contexto de resistência expressa pela França, cujo parlamento aprovou recentemente uma moção contrária ao pacto.
Para que o tratado entre em vigor, é necessária a aprovação unânime dos 27 países membros da União Europeia. A oposição francesa representa um obstáculo significativo nesse processo. Emmanuel Macron tem reiterado que os interesses franceses não são atendidos pelo acordo atual, comprometendo sua conclusão.
A Assembleia Nacional Francesa, sob liderança do presidente Emmanuel Macron, posicionou-se contra o acordo, refletindo uma pressão significativa sobre von der Leyen para impedir sua ratificação.
A votação contou com 484 votos favoráveis à postura de Macron, enquanto 70 parlamentares se opuseram e um se absteve. Apesar de simbólica, essa movimentação parlamentar evidencia a oposição robusta dentro da França.
Boicote do Carrefour
A resistência francesa está ancorada em preocupações do setor agropecuário local, especialmente após o Carrefour ter anunciado um boicote à carne brasileira devido a alegações de não conformidade com normas francesas.
Essa tensão comercial levou a uma resposta dos frigoríficos brasileiros, que inicialmente suspenderam suas exportações para a rede francesa, embora esse fornecimento já tenha sido retomado.
As objeções ao acordo se estendem além das questões comerciais, envolvendo também preocupações ambientais e de saúde pública.
Agricultores e parlamentares franceses criticam as práticas agrícolas do Mercosul, em particular do Brasil, citando o uso intensivo de agrotóxicos e desmatamento na Amazônia como ameaças ao meio ambiente e à segurança dos consumidores europeus.
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Comentários (2)
Mauricio Henriques
27.11.2024 14:56Tem que desconfiar desta nova postura do Molusco, pois ele sabotou este acordo desde o primeiro dia de seu governo.
Fabio B
27.11.2024 14:53O Macron queria um menage a cinque com a Janja, e o Lula não quis ser mais corno, por isso toda essa confusão.