Acabou a verba da Abin?
Desde março, governo Lula (PT) não conta com o acompanhamento de setor da Abin que planeja e supervisiona viagens domésticas e internacionais
O presidente Lula (PT) não conta mais com o acompanhamento da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) em viagens domésticas e internacionais, desde março, em função da falta de orçamento alegada pela agência.
Sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a Abin criou um setor chamado de Inteligência de Proteção, subordinada ao Departamento de Operações de Inteligência. Quando Lula assumiu a presidência, ele assinou um decreto para formalizar o setor.
Além de outras atribuições, a Inteligência de Proteção tem por objetivo planejar, supervisionar, coordenar e supervisionar ações de inteligência “proteção relacionadas a eventos e a viagens nacionais e internacionais do presidente da República, observadas as competências dos demais órgãos.”
O diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa, pretendia ampliar a atuação do departamento. Com o decreto, ele elevou o nível de divisão do setor para coordenação-geral, proporcionando uma estrutura mais sólida, segundo o jornal Folha de S. Paulo.
Em março, a direção da agência cortou parte da verba para o setor que acompanhava as viagens de Lula e retirou as ferramentas de inteligência. Um dos serviços da equipe era se dirigir aos destinos da viagem de Lula antes da chegada do petista e retornar ao Brasil somente depois que a cúpula retornava a Brasília.
A Secretaria Presidencial, vinculada ao GSI (Gabinete de Segurança Institucional), realiza a mesma operação de acompanhamento e supervisionamento das viagens de Lula, que é a Coordenação-Geral de Análise de Risco.
Governo Lula também usou dados da Abin
Em 2023, dados obtidos por meio do software FirstMile, cuja utilização está sendo alvo da Polícia Federal, também foram utilizados durante o governo Lula, revelou o jornal O Globo.
Segundo o jornal, o Tribunal de Contas da União detectou que o material obtido durante o governo Jair Bolsonaro ainda está sendo utilizado pela Abin.
“Em documento enviado ao Tribunal de Contas da União, o diretor-presidente da agência, Luiz Fernando Corrêa, admitiu o aproveitamento de informações de alvos que haviam sido coletadas com o programa FristMile”, informa o jornal.
A Agência, porém, não se pronunciou sobre o caso.
Em outubro daquele ano, a PF deflagrou uma operação para investigar o uso indevido de sistema de geolocalização de dispositivos móveis por servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva em quatro estados —São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás— e no Distrito Federal.
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