‘Abin Paralela’: saiba quem foi alvo de espionagem, segundo a PF
Os investigadores apuram se Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi usada para espionar autoridades e desafetos políticos no governo Jair Bolsonaro (PL)
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou nesta quinta-feira, 11, o sigilo da operação da Polícia Federal (PF) que investiga a chamada Abin Paralela. Os investigadores apuram se Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi usada para espionar autoridades e desafetos políticos no governo Jair Bolsonaro (PL).
Segundo a PF, foram monitoradas as seguintes autoridades, servidores e profissionais de comunicação:
- Poder Judiciário: ministros do STF Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux
- Poder Legislativo: o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o deputado Kim Kataguiri (União-SP) e os ex-deputados Rodrigo Maia, que foi presidente da Câmara, Joice Hasselmann e Jean Wyllys (PSOL). E os senadores: Alessandro Vieira (MDB-SE), Omar Aziz (PSD-AM), Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), que integravam a CPI da Covid no Senado.
- Poder Executivo: João Doria, ex-governador de São Paulo; os servidores do Ibama Hugo Ferreira Netto Loss e Roberto Cabral Borges; os auditores da Receita Federal do Brasil Christiano José Paes Leme Botelho, Cleber Homen da Silva e José Pereira de Barros Neto.
- Profissionais de comunicação: Monica Bergamo, Vera Magalhães, Luiza Alves Bandeira e Pedro Cesar Batista.
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Quarta fase
Mais cedo, a PF deflagrou a quarta fase da Operação Última Milha, visando a desmantelar uma rede de monitoramento ilegal da Abin Paralela. Ao todo, quatro pessoas foram presas, um militar do Exército, um agente da PF, um empresário e um ex-assessor da Secretaria de Comunicação Social do governo Bolsonaro.
O militar que foi detido era assessor do então diretor da Abin Alexandre Ramagem, atualmente deputado federal (PL-RJ). Ele é casado com uma servidora da agência e foi alvo da PF na última fase da operação, em janeiro.
De acordo com os investigadores, ele foi um dos responsáveis pelo suposto monitoramento do então presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e da então deputada Joice Hasselmann.
“Gabinete do ódio”
O segundo alvo preso é um agente da PF cedido à Abin e que já foi da Casa Civil no governo anterior. O agente também atuou como segurança do então candidato à Presidência Jair Bolsonaro, em 2018. Ele está afastado do cargo desde janeiro, por determinação do STF.
Um terceiro investigado foi assessor da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência e alvo da CPI da Covid por supostamente participar do chamado “gabinete do ódio”.
A PF aponta a ligação entre integrantes da Secom com a chamada Abin Paralela para criação de perfis fakes e disseminação de informações falsas (fake news) contra desafetos do governo.
O quarto alvo de prisão hoje é um empresário suspeito de disseminar essas fake news, que chegou a ser indiciado pela CPI da Covid. Um quinto alvo de mandado de prisão está em aberto.
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