Abin paralela: Augusto Heleno é convocado para depor à PF
Vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o Carluxo, foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) no âmbito das investigações
Ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Jair Bolsonaro, o general Augusto Heleno (foto) foi convocado a depor na Polícia Federal (PF) no âmbito das investigações sobre o caso da Abin paralela.
A informação é do G1, publicada nesta terça-feira, 30 de janeiro.
O depoimento está marcado para a terça-feira da semana que vem, 6 de fevereiro, na sede da PF em Brasília.
Como ministro do GSI, Heleno era responsável pela Abin durante o governo Bolsonaro.
Operação contra Carluxo
O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), o Carluxo, foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) no âmbito das investigações sobre a Abin paralela nesta segunda-feira, 29.
Foram executados oito mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, Brasília, Formosa e Salvador.
Além de Carluxo, a PF também executou buscas contra dois assessores parlamentares e um policial federal. Os assessores e o agente da PF são apontados como intermediários entre a Abin e o vereador.
Segundo apurou O Antagonista junto a policiais federais, há a suspeita de que alguns relatórios paralelos da Abin foram produzidos a pedido de Carluxo justamente para atacar adversários políticos com uma estrutura montada no Palácio do Planalto.
Operação contra Ramagem
Agentes da Polícia Federal estão cumpriu 21 mandados de busca e apreensão no âmbito de investigações do caso da Abin paralela em 25 de janeiro. Dentre os alvos, estava o ex-diretor da agência no governo Bolsonaro, Alexandre Ramagem (PL; foto).
Como noticiou O Antagonista quando a espionagem ilegal foi revelada, em março, a Abin na gestão Bolsonaro usou de ferramentas de geolocalização em dispositivos móveis, como celulares e tablets, sem a devida autorização judicial e sem o conhecimento dos alvos.
As buscas desta quinta estão sendo conduzidas tanto no gabinete de Ramagem quanto em seu apartamento funcional na Câmara dos Deputados, segundo a Globo News.
Até o momento, os nomes dos demais envolvidos não foram divulgados.
Dos 21 mandados de busca e apreensão desta quinta, 18 são em Brasília, um na cidade do Rio de Janeiro e dois no estado de Minas Gerais (Juiz de Fora e São João del Rei).
Além das buscas, a Polícia Federal está adotando medidas alternativas à prisão, incluindo a suspensão imediata de sete policiais federais supostamente envolvidos no monitoramento ilegal.
Primeira Milha
Essa operação, denominada ”Vigilância Aproximada”, é um desdobramento da operação ”Primeira Milha”, que teve início em outubro com o objetivo de investigar o suposto uso criminoso da ferramenta de espionagem por geolocalização, chamada ”FirstMile”.
As investigações da Polícia Federal apontaram que o software adquirido pelo governo utilizava dados de GPS para monitorar ilegalmente a localização de celulares de servidores públicos, políticos, policiais, advogados, jornalistas e até mesmo juízes.
Segundo a gestão da Abin do governo Lula, o programa foi adquirido no final do governo Temer, poucos dias antes da posse de Jair Bolsonaro, e foi utilizado até parte do terceiro ano de seu mandato.
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