Abin de Lula sob suspeita
Moraes nega compartilhamento da investigação com a corregedoria da agência por desconfiança que recai sob “as novas gestões”
A Procuradoria-Geral da República e o ministro Alexandre de Moraes (foto), do Supremo Tribunal Federal, mantiveram sob suspeita a atual gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na mais recente operação da Polícia Federal, diz a Folha.
Moraes negou o compartilhamento da investigação com a corregedoria da agência por desconfiança que recai sob “as novas gestões”.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou em parecer enviado ao STF não ser recomendável o compartilhamento diante da “aparente resistência identificada no interior” da Abin do governo Lula.
Gonet afirmou ainda não considerar urgente a abertura de eventuais procedimentos internos, como solicitado pela PF, e sugeriu que as provas fossem compartilhadas apenas no final das investigações.
“Em fases anteriores desta investigação, foram identificadas ações das novas gestões da Abin indicativas da intenção de evitar a apuração aprofundada dos fatos, o que ensejou a avocação do procedimento disciplinar ali instaurado pela Controladoria-Geral da União”, afirmou Gonet.
PF mira servidores da Abin
Na quinta-feira, 11 de julho, a Polícia Federal deflagrou uma operação visando desmantelar uma rede de monitoramento ilegal supostamente operada pela Abin durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. A operação teve como alvo ex-servidores da agência e influenciadores ligados ao chamado “gabinete do ódio”.
A operação revelou que membros dos três poderes e jornalistas foram monitorados ilegalmente pelo grupo, que utilizava perfis falsos e divulgava informações falsas. A organização também acessou ilegalmente computadores, telefones e infraestruturas de telecomunicações.
Segundo a PF, a Abin utilizou o programa FirstMile para monitorar a localização de alvos por meio de aparelhos celulares. A ferramenta foi usada para monitorar políticos, jornalistas, advogados e adversários do governo Bolsonaro.
As investigações identificaram Alexandre Ramagem, então diretor da Abin, e Carlos Bolsonaro, vereador do Rio de Janeiro, como suspeitos de participação na “Abin paralela”. Ambos negam as acusações.
A Abin da gestão Lula afirmou estar colaborando com as investigações sobre as irregularidades no uso do programa de geolocalização entre 2019 e 2021.
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