Abin atrapalhou investigação sobre Jair Renan Bolsonaro, diz PF
A PF afirmou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) atrapalhou uma investigação envolvendo Jair Renan Bolsonaro (foto), filho do presidente, e o seu preparador físico Allan Lucena, em março de 2021. Eles são suspeitos de facilitar o acesso de empresários ao governo federal...
A PF afirmou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) atrapalhou uma investigação envolvendo Jair Renan Bolsonaro (foto), filho do presidente, e o seu preparador físico Allan Lucena, em março de 2021. Eles são suspeitos de facilitar o acesso de empresários ao governo federal.
Flagrado em uma operação, o ex-integrante da agência Luiz Felipe Barros Felix admitiu, segundo o Globo, ter recebido ordens para levantar informações sobre um episódio relacionado a Jair Renan para prevenir “riscos à imagem” do presidente da República.
A operação da Abin ocorreu em 16 de março do ano passado, quatro dias após o filho do presidente e o seu preparador físico se tornarem alvos de uma investigação da PF.
Felix foi descoberto após Lucena ter percebido que estava sendo seguido e acionar a PM. Ao ser chamado para prestar esclarecimentos, o agente da Abin contou que trabalhava vinculado diretamente a Alexandre Ramagem, então comandante da agência de inteligência.
Ainda de acordo com o depoimento, a operação deveria levantar informações sobre um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil, que teria sido doado a Jair Renan e a Lucena por um empresário do Espírito Santo interessado em ter acesso ao governo.
Após analisar o caso, a PF afirmou em um relatório que a atuação da Abin foi uma “interferência nas investigações” e que, após a operação descoberta, Allan decidiu devolver o automóvel elétrico.
“A referida diligência, por lógica, atrapalhou as investigações em andamento posto que mudou o estado de ânimo do investigado, bem como estranhamente, após a ampla divulgação na mídia, foi noticiado, também, que o sr. Allan Lucena teria ‘devolvido’ veículo supostamente entregue para o sr. Renan Bolsonaro”, afirma o documento.
Em nota, a Abin afirmou ao Globo que não há documentos oficiais sobre a operação e que Luiz Felipe Barros Felix deixou a agência em 29 de março de 2021, 13 dias após ter sido flagrado em missão.
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