A volta dos mortos vivos políticos do PT
José Dirceu, João Vaccari Neto e outros petistas condenados por mensalão e/ou petrolão estão de volta à cena política enquanto o governo enfrenta dificuldades na articulação com o Congresso
Enquanto o presidente Lula (PT), o empresário Joesley Batista, um dos donos da J&F, e o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, protagonizam a reprise dos piores vícios das gestões petistas passadas, José Dirceu, João Vaccari Neto e outros petistas condenados por mensalão e/ou petrolão voltaram à cena política, antes chamada pelo atual vice-presidente, Geraldo Alckmin, de “cena do crime”, como O Antagonista apontou em 2023. O retorno acontece em um momento de dificuldades na articulação política do governo Lula.
No clássico do cinema de terror “A Volta dos Mortos Vivos” (1985), funcionários em um armazém de suprimentos médicos causam o vazamento de um gás cujos vapores fazem com que mortos retornem à vida. Na versão brasiliense, ministros de tribunais superiores anulam sentenças e permitem que condenados por corrupção retomem a atuação política, antes mesmo da hora prevista por suas penas.
José Dirceu
Quem chama mais atenção é José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil de Lula, que já ensaia seu retorno à Câmara dos Deputados.
Segundo O Globo, Dirceu não frequenta o Palácio do Planalto, mas mantém contato assíduo com dois ministros de Lula: Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, e Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral.
Ele também tem feito diversas aparições públicas em Brasília. As mais recentes foram no aniversário do filho Zeca Dirceu (PT-PR), celebrado em 19 de junho com a presença de parlamentares e ministros de Lula, e no casamento de integrantes do grupo Prerrogativas, em 20 de junho.
João Vaccari Neto
O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, por sua vez, tem uma atuação discreta nos bastidores, em Brasília.
Condenado em sete processos da Lava Jato, ele tem participado de todas as nomeações importantes da Petrobras, incluindo a da nova presidente Magda Chambriard.
Vaccari Neto também foi um dos articuladores da troca no comando do Conselho Nacional do Sesi, que resultou com a entrada de Fausto Augusto Júnior no cargo.
João Paulo Cunha
O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha também tem tido uma atuação política mais discreta, mantendo o foco no escritório de advocacia que possui em sociedade com Ophir Cavalcante, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
“Minhas atividades são privadas, não são públicas. Estou trabalhando”, disse ele ao jornal.
Em 2023, Cunha passou a atuar em favor da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil que é chefiado pelo sindicalista João Luiz Fukunaga.
Delúbio Soares
Condenado no STF por corrupção ativa, em 2012, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares tem se dedicado a reuniões no interior do Brasil.
No começo de junho, ele esteve na cidade de Teófilo Otoni, em Minas Gerais, onde participou de um encontro com funcionários dos Correios filiados ao PT.
No mesmo mês, Delúbio também esteve na cidade de Paulista, em Pernambuco.
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