“A tutela de opinião deslegitima a democracia”, diz diplomata
Judeu e neto de sobreviventes do Holocausto, o diplomata Gustavo Maultasch (foto) tem se dedicado na última década a estudar o tema da liberdade de expressão, diz a Crusoé. Bacharel em direito, mestre em diplomacia pelo Instituto Rio Branco e doutor em administração pública pela Universidade de Illinois-Chicago...
Judeu e neto de sobreviventes do Holocausto, o diplomata Gustavo Maultasch (foto) tem se dedicado na última década a estudar o tema da liberdade de expressão, diz a Crusoé. Bacharel em direito, mestre em diplomacia pelo Instituto Rio Branco e doutor em administração pública pela Universidade de Illinois-Chicago, ele acaba de lançar o livro Contra Toda Censura: Pequeno Tratado sobre a Liberdade de Expressão, pela Avis Rara.
Em entrevista à Crusoé, Maultasch afirmou que as instituições brasileiras perderam muito tempo coibindo discursos de ódio, anticientíficos e fake news, quando deveriam estar mais alertas à violência política.
“No caso da violência eleitoral, trata-se infelizmente de um problema endêmico no Brasil. Nossas instituições, contudo, parecem mais atentas ao plano simbólico que ao material. Parecem mais preocupadas com as críticas à urna eletrônica, com ‘fake news’, ou com discursos ‘anticientíficos’, quando na realidade deveriam estar mais preocupadas com a violência, em especial com a eleitoral, que realmente impede o funcionamento regular da democracia”, disse.
“[…] Minha impressão é que a tutela da opinião deslegitima a democracia. É também impossível exigir apoio moral a um regime que não concede ampla liberdade de expressão para todos, inclusive para os que desejam o seu fim.”
LEIA MAIS AQUI; assine a Crusoé e apoie o jornalismo independente.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)