A saída de Raquel Dodge pela porta dos fundos
A promessa inicial de Raquel Dodge de fortalecer operações do Ministério Público, como a Lava Jato, não vingou em 2019. O que se viu neste ano foi uma Procuradora-Geral da República impopular entre seus pares, a ponto de procuradores...
A promessa inicial de Raquel Dodge de fortalecer operações do Ministério Público, como a Lava Jato, não vingou em 2019.
O que se viu neste ano foi uma Procuradora-Geral da República impopular entre seus pares, a ponto de procuradores entregarem seus cargos em razão de discordâncias com a atuação de Dodge.
Em março, por exemplo, a PGR perdeu dois auxiliares diretos, que pediram demissão em protesto contra a conduta de Dodge em relação a um parecer ao STF.
Na ocasião, a então chefe do Ministério Público contestou a criação de uma fundação privada, com dinheiro recuperado da Petrobras, pelos procuradores da Lava Jato em Curitiba.
Em julho, insatisfeito com o ritmo da PGR, o então coordenador da Lava Jato na Procuradoria, José Alfredo de Paula, também se afastou do cargo.
A demora para enviar ao STF a delação do empreiteiro Léo Pinheiro para ser homologada foi a principal motivação para a sua saída.
Com o humor azedo entre os procuradores, Dodge decidiu não disputar a eleição que resultou na formação da lista tríplice de candidatos para ocupar a sua poltrona.
Ao perceber que Jair Bolsonaro não dava a mínima para a lista, porém, Dodge recuou e afirmou estar “à disposição” para uma eventual recondução ao cargo.
Em setembro, mais seis procuradores que cuidavam da Lava Jato em Brasília pediram desligamento de suas funções.
O motivo: um documento encaminhado por Dodge ao STF no qual ela propôs o arquivamento de trechos que mencionavam Rodrigo Maia e José Ticiano Dias Toffoli, ex-prefeito de Marília e irmão do presidente do STF.
Com o pedido de demissão coletiva do staff da Lava Jato, Bolsonaro sinalizou que havia cogitado reconduzir Dodge ao comando da PGR, mas desistiu:
“Raquel Dodge estava na fita, ontem teve o problema.”
No apagar das luzes de sua gestão, Dodge ainda publicou 90 portarias.
Oficialmente, o mandato de Dodge terminou no dia 17 de setembro. Na prática, porém, tinha acabado vários meses antes.
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