“A República Federativa da Corrupção”
Na sua entrevista ao Estadão, o procurador Carlos Fernando, da Lava Jato, também respondeu o seguinte:"Estadão: Muitos ficaram chocados com as revelações da Odebrecht. Essa prática sistêmica de corrupção revelada pelo grupo era uma exclusividade dessa companhia?...
Vamos repetir o que disse o procurador Carlos Fernando, da Lava Jato, na sua entrevista ao Estadão:
“Estadão: Muitos ficaram chocados com as revelações da Odebrecht. Essa prática sistêmica de corrupção revelada pelo grupo era uma exclusividade dessa companhia?
Carlos Fernando: O noticiário tende a ser excessivamente reducionista. No início da Lava Jato limitava a corrupção à Petrobras, o que se mostrou incorreto, como sabíamos desde o começo. Agora falam em uma República Federativa da Odebrecht. Nada mais errado, pois a Odebrecht é apenas uma das empresas que compravam o poder político. Nem mesmo o setor de empreiteiras é o único, essa prática se espalha por todo espectro empresarial, como é revelado por exemplo pela Operação Zelotes.
No fim, o que temos é que quando Marcelo Odebrecht saía por uma porta de um gabinete do poder, por outra entrava outro empresário. Temos então a República Federativa da Corrupção, pois ela se estendia por todos os níveis da federação e era democraticamente distribuída entre Eikes e Marcelos, entre todos que podiam pagar.”
Ainda falta, portanto, muita coisa a ser investigada em praticamente todos os campos da atividade econômica. Como dissemos no fim de semana, um deles é o setor bancário. E, no setor bancário, sabemos que um banco especialmente manteve estreita ligação com a República da Corrupção.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)