“A política de segurança pública do Rio está errada”
Aos 82 anos, prestes a deixar a vida pública, o vice-governador do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles (PP), é a primeira voz da gestão estadual, desde a posse de Sérgio Cabral, a falar verdades necessárias sobre o aumento da criminalidade no estado.Ele disse à Veja:"A política de segurança pública do Rio está errada. A UPP tem...
Aos 82 anos, prestes a deixar a vida pública, o vice-governador do Rio de Janeiro Francisco Dornelles (PP) é a primeira voz da gestão estadual, desde a posse de Sérgio Cabral, a falar verdades necessárias sobre o aumento da criminalidade no estado.
Ele disse à Veja:
“A política de segurança pública do Rio está errada. A UPP tem 12 000 homens e nos bairros, onde estão ocorrendo efetivamente os roubos e assassinatos, não há policiamento. Estão usando grande parte da polícia para ficar dentro das favelas sem qualquer tipo de inteligência. Não sou especialista da área, mas acho que a fiscalização para coibir a chegada das armas nas mãos dos bandidos deveria acontecer nos portos, aeroportos, rodovias e acesso das favelas. Não chove fuzil no morro, as armas estão vindo de algum lugar. Se você deixa para combater os traficantes só lá dentro da favela, o risco de o tiroteio atingir pessoas inocentes aumenta.”
Em seguida, apesar das contemporizações políticas, Dornelles desmistificou o próprio conceito das UPPs:
“Olha, eu confio plenamente no atual secretário de Segurança, Roberto Sá, acho um ótimo quadro. Mas acho que ele tem que repensar o projeto, não necessariamente acabar com a UPP. A ideia foi boa, deu uma grande projeção ao Rio, mas é preciso pensar se vale a pena continuar por este caminho. Nada deve ser permanente. Os índices de criminalidade chegaram a níveis inacreditáveis. E o problema não é falta de policial. A nossa relação de agentes de segurança por habitante é das mais altas do país. A questão é a distribuição do efetivo.”
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