A picaretagem internacional da turma do suposto reverendo
Na sessão de ontem da CPI da Covid, o senador petista Jean Paul Prates questionou o reverendo Amilton Gomes de Paula sobre uma entidade chamada 'Missão Humanitária do Estado Maior das Forças Armadas', registrada em Miami, em 30 de outubro de 2020. Prates falou em possível crime de falsidade ideológica e estelionato, pois o site da organização usa o brasão da República e a logomarca do governo Bolsonaro...
Na sessão de ontem da CPI da Covid, o senador petista Jean Paul Prates questionou o suposto reverendo Amilton Gomes de Paula sobre uma entidade chamada ‘Missão Humanitária do Estado Maior das Forças Armadas’, registrada em Miami, em 30 de outubro de 2020. Prates falou em possível crime de falsidade ideológica e estelionato, pois o site da organização usa o brasão da República e a logomarca do governo Bolsonaro.
O suposto reverendo Amilton disse não ter conhecimento sobre a citada “Missão”, mas uma pesquisa na internet mostra uma série de links com outras entidades de atividade suspeita, inclusive a tal Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), de Amilton.
Todas têm em comum o uso de nomenclaturas e outras referências que dão a impressão de serem oficiais ou de terem relação com órgãos oficiais, como a ONU ou as Forças Armadas, inclusive endereços governamentais.
No caso da ‘Missão Humanitária do Estado Maior das Forças Armadas’, a entidade foi registrada na Flórida (EUA) com os nomes de Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão, como revelado pela agência Sportligh e confirmado por O Antagonista.
Questionado pela reportagem, o vice-presidente falou em “crime” e “uso indevido de seus dados”.
“Isso é crime, pois não tenho nada a ver com essa turma. Trata-se de uso indevido do meu nome”, afirmou. O Palácio do Planalto ainda não respondeu, mas os indícios levam a crer que se trata de mais uma “bravata” da turma de Amilton, que pode acabar enquadrado em crimes de estelionato e falsidade ideológica.
No registro da entidade, aparece ainda o nome do ex-ministro da Defesa Fernando de Azevedo e Silva e de um Roberto Cohen, identificado como “tenente coronel capelão”.
Na verdade, Cohen é apenas o funcionário de uma agência especializada em abertura de offshores. O mesmo que aparece na offshore “American Federal Credit Card and Investments Foundation”, também aberta na Flórida, e que pertence a Aldebaran Luiz Holleben, parceiro do suposto reverendo e conhecido por reivindicar o título de “superman tupiniquim”.
O Ministério Público Federal e a AGU não precisam esperar a CPI para investigar prováveis estelionatários.
A propósito, o suposto reverendo também diz em seu currículo na plataforma Lattes ter sido “adjunto oficial general” do “Ministério do Exército”, entre 1991 e 98. Mas O Antagonista apurou que não existe registro de Amilton no Exército, nem como recruta.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)