A guinada de Raquel Lyra em direção a Lula
Diário Oficial do Estado de Pernambuco trouxe a nomeação do petista Maurício de Josué, vice-prefeito de Águas Belas, como novo presidente da ProRural
A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, filiada ao PSDB, dá passos cada vez mais claros em direção à base de apoio do presidente Lula. Nesta sexta-feira, 08, o Diário Oficial do Estado trouxe a nomeação do petista Maurício de Josué, vice-prefeito de Águas Belas, como novo presidente da ProRural, empresa estadual antes sob comando de um indicado do PL.
A entrada do PT na gestão Lyra representa uma mudança significativa em relação à postura que o partido vinha adotando na Assembleia Legislativa, onde atuava como oposição. Nos últimos dias, no entanto, o partido fez uma reviravolta e começou a votar em sintonia com o Palácio das Princesas.
Essa aproximação vem junto a outra mudança importante para Lyra: sua saída iminente do PSDB, que integra a oposição ao governo federal, para migrar ao PSD, segundo interlocutores. O PSD é partido aliado de Lula e dono de três ministérios na Esplanada.
O PSD tem maior estrutura, mais fundo partidário, mais deputados e, claro, mais tempo de televisão, algo valioso para a governadora que já pensa em reeleição em 2026.
Essa articulação também visa preparar terreno para um possível embate com o prefeito do Recife, João Campos (PSB), que, segundo aliados de Lyra, deve unir a esquerda em torno de sua candidatura. Campos tem força: venceu com 78,11% dos votos no primeiro turno. Se Lyra trouxer o PSD e sua estrutura para seu lado, essa aliança de Campos com o PT-PV-PCdoB pode, ao menos, encontrar algum obstáculo.
Lyra começou a desembarcar o PL do governo em maio deste ano, logo após o partido ter apoiado uma emenda que anteciparia o fim de faixas salariais para policiais e bombeiros para 2025, durante votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia.
O Progressistas, aliado de Lula, absorveu a maior parte dos cargos que vagaram após o rompimento com a legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa mudança de rota marcou o início da reaproximação com o PT, que já tem três deputados estaduais alinhados ao governo.
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