A folia aérea de Arthur Lira
Arthur Lira utilizou aviões da Força Aérea Brasileira para pular Carnaval tanto na Bahia quanto no Rio de Janeiro
Arthur Lira utilizou aviões da Força Aérea Brasileira para pular Carnaval na Bahia e no Rio de Janeiro.
Oficialmente, alegou “motivos de segurança” para viajar nas aeronaves. Quando a imprensa pediu maiores explicações, simplesmente não respondeu.
Os moradores de Maceió pagaram 8 milhões de reais para que Lira promovesse a sua imagem num desfile da Beija-Flor patrocinado pela prefeitura da cidade.
Os brasileiros pagaram, por baixo, uns 200 mil reais para que Lira escapasse dos voos comerciais durante o feriado.
(Os custos dessas viagens em aviões da União são estimados em 70 mil reais por decolagem, e o político alagoano fez três durante a folia).
Vai ficar por isso mesmo? Aposto que vai.
O “motivo de segurança” é uma das justificativas legais para que um grupo seleto de autoridades – entre as quais o presidente da Câmara, cargo de Lira – possa atravessar os ares sem custo pessoal.
A lei também pede que a “necessidade de segurança” seja devidamente fundamentada. Bacana, não é?
O problema é que a Força Aérea Brasileira não divulga essa fundamentação. Diz que ela deve ser buscada “com as assessorias das respectivas autoridades”.
E se a autoridade for cheia de empáfia, como Arthur Lira, se ela achar que não deve esclarecimento nenhum à patuleia infecta, fica por isso mesmo: jamais saberemos se as “necessidades de segurança” são reais ou tão somente “necessidades de conforto e preservação das finanças pessoais”.
A lei proporciona um arremedo de transparência. Não mais do que isso. Na prática, um controle efetivo dos voos oficiais não acontece.
Não sou ranzinza a ponto de acreditar que os bacanas de Brasília não devem ter o direito de ser transportados pela FAB em determinadas circunstâncias.
Mas sou ranzinza o bastante para querer que o princípio da transparência na administração pública seja respeitado. Está na constituição.
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