A “fala mansa” de Nísia Trindade para Lula
Depois de bronca em reunião ministerial, presidente Lula (PT) fez afago na ministra da Saúde durante evento no Planalto
Depois de cobrar mais empenho da ministra da Saúde, Nísia Trindade, durante uma reunião ministerial, o presidente Lula (PT) fez um afago para a chefe da pasta. Os dois estiveram juntos em um evento no Palácio do Planalto nesta segunda-feira, 8.
“Outro dia, em uma reunião dos ministérios, eu disse para Nísia que ela tinha que falar grosso [na] questão na saúde. Estava aquele problema dos hospitais do Rio de Janeiro. E a Nísia respondeu o seguinte: ‘Presidente, eu não posso falar grosso porque eu sou mulher, eu falo manso'”, afirmou Lula.
Na reunião de 18 de março, Lula reclamou com Nísia da demora do governo em reagir aos casos de dengue e da crise nos hospitais federais do Rio de Janeiro.
“Se é um homem falando, ele certamente ia falar grosso. E ia dar a impressão que estava falando de coisas que são inexequíveis, que são impossíveis de serem feitas. Eu acho que a Nísia, falando manso do jeito que ela falou, eu posso até achar, Nísia, que as pessoas podem até alguém não gostar de você, mas eu duvido que tenha alguém que não acredite em cada palavra que você fala”, disse Lula nesta segunda.
Desde o início do governo, Nísia vem sendo alvo de críticas por parte de integrantes do PT e seu ministério é o mais cobiçado pelos partidos do Centrão. Aliados do Planalto afirmam que, se a pasta comandada por Nísia não apresentar resultados rápidos, ela pode ser substituída antes das eleições de outubro. Até agora, porém, Lula resiste a essa troca e tem demonstrado apoio à ministra.
“Eu acho que a ministra da Saúde tem de se dirigir ao povo brasileiro, porque muitas vezes o povo precisa de orientação”, acrescentou Lula.
Relação com o Congresso
Ao fazer uso da palavra, Nísia aproveitou para defender sua relação com o Congresso Nacional.
“Desde o ano passado, não só recebo deputados individualmente como bancadas. Bancadas lideradas por estados governados por governadores da oposição, senadores da República. Vejo que não há nenhum problema do Ministério da Saúde com o Congresso, o que eu vejo é que houve mudanças. Houve mudanças orçamentárias”, argumentou.
Recentemente, a ministra passou a ser alvo de críticas por parte de líderes do centrão, depois que a pasta da Saúde limitou a destinação de emendas parlamentares para programas de combate à dengue.
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