A crítica de Lira à PF
Arthur Lira criticou a postura midiática de operações recentes da Polícia Federal (PF), um dia após pedido de indiciamento de Bolsonaro
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criticou a postura midiática de operações recentes da Polícia Federal (PF).
A informação é da Folha, publicada nesta quarta-feira, 20 de março.
“Ninguém quer trocar tiro com bandido. O cara quer trocar ação que dê mídia, que não tem resistência, que não faça força”, disse Lira em jantar da Frente Parlamentar do Empreendedorismo, com empresários, em Brasília na terça, 19.
“Os sistemas policiais brasileiros, às vezes, precisam se comunicar. Uma Polícia Civil que não se comunica com a Militar, que não se comunica com a Federal, que não se comunica com a Força Nacional, que não se comunica com o Exército, nem com Forças Armadas, não existe”, acrescentou Lira, em referência à operação de recaptura dos dois foragidos da penitenciária federal de Mossoró.
“Midiático” e “parcial”
O advogado de Jair Bolsonaro (PL), Fabio Wajngarten, classificou como “midiático” e “parcial”o pedido de indiciamento feito pela Polícia Federal contra o ex-presidente. Os investigadores pediram nesta terça-feira, 19, o indiciamento com base no inquérito das fraudes em cartões de vacinação.
Além de Bolsonaro, a PF também pediu o indiciamento do tenente-coronel Mauro Cid (ex-ajudante de ordens da Presidência da República) e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ).
“É lamentável quando a autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que logicamente deveria ter revestimento técnico e procedimental ao invés de midiático e parcial”, escreveu Wajngarten, que foi secretário de Comunicação no governo de Bolsonaro, nas redes sociais
O caso deve ser apreciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que pode arquivar ou apresentar denúncia.
Bolsonaro deu a ordem, disse Cid à PF
Como mostramos, a PF decidiu indiciar o ex-presidente por associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informações na investigação sobre seu cartão de vacinação.
Segundo o relatório da PF sobre o caso, o coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, atribuiu ao ex-presidente a ordem para adulterar os registros do Sistema Único de Saúde (SUS).
“O colaborador MAURO CESA BARBOSA CID afirmou que o então Presidente da República ao tomar conhecimento de que MAURO CESAR CID possuía cartões de vacinação contra a Covid-19 em seu nome e em nome de seus familiares, ordenou que o colaborador fizesse as inserções para obtenção dos cartões ideologicamente falsos para ele e sua filha LAURA”, diz o documento, a que O Antagonista teve acesso.
O relatório segue: “Diante disso, MAURO CESAR CID, utilizando o mesmo modus operandi, solicitou a AILTON BARROS as inserções de dadas falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde, em benefício de JAIR MESSIAS BOLSONARO e LAURA FIRMO BOLSONARO. O colaborador ainda afirmou que imprimiu os certificados e entregou em mãos ao então Presidente da República JAIR MESSIAS BOLSONARO”.
Cid disse ainda que entregou os cartões “em mãos” a Bolsonaro.
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