80% das mulheres estão insatisfeitas com a maneira como o Brasil as trata
A Febraban divulgou nesta sexta-feira uma nova pesquisa Observatório Febraban, que desde 2020 vem sondando o pensamento dos brasileiros sobre questões sócio-econômicas. O tema desta edição foi Mulheres, Preconceito e Violência e os resultados mostram que 80% das mulheres do país estão insatisfeitas com a maneira como são tratadas na sociedade, ainda que a maioria (56%) acredite que houve melhora nas questões de igualdade de gênero nos últimos dez anos [...]
A Febraban divulgou nesta sexta-feira uma nova pesquisa Observatório Febraban, que desde 2020 vem sondando o pensamento dos brasileiros sobre questões sócio-econômicas. O tema desta edição foi “Mulheres, Preconceito e Violência” e os resultados mostram que 80% das mulheres do país estão insatisfeitas com a maneira como são tratadas na sociedade, ainda que a maioria (56%) acredite que houve melhora nas questões de igualdade de gênero nos últimos dez anos.
A percepção de igualdade é maior nas oportunidades de educação e qualificação: 60% dizem que mulheres e homens estão equiparados nesse ponto. Mas a situação se inverte quando as perguntas dizem respeito à igualdade de direitos e à igualdade de liberdade sexual. Em ambos os casos, 71% das entrevistadas responderam de forma negativa. O nível de insatisfação foi ainda maior no que diz respeito à igualdade de remuneração: 82% das mulheres acham que ela não existe. A paridade de salários e oportunidades de trabalho foi considerada o principal indicador de igualdade de gênero, seguida do acesso à educação.
Uma segunda parte da pesquisa explorou o tema da violência. Das entrevistadas, 70% disseram saber que o Brasil é um dos países com maiores índices de feminicídio e 55% disseram ter experiência direta ou conhecimento de casos de violência contra mulheres. De uma lista com dezesseis possíveis causas para esses crimes, as mulheres apontaram o machismo (31%), a impunidade (20% ), o ciúme (19% ), o sentimento de posse (10% ) e a incapacidade de aceitar o fim de um relacionamento (7% ) como as cinco principais.
O levantamento mostrou que as Delegacias da Mulher são conhecidas e merecedoras de confiança: 78% das entrevistadas disseram que recorreriam a uma delas em caso de necessidade, sendo que 9% mencionaram a Central de Atendimento à Mulher (e o telefone 180) e 6% a Polícia Militar. Outro avanço institucional, a Lei Maria da Penha, foi apontada por 69% como importante para o avanço na igualdade de gênero – sendo que a própria Maria da Penha (foto) foi a mulher mais lembrada como ícone brasileiro nessa questão. Além disso, 64% consideraram que o impacto do feminismo na agenda da igualdade foi positivo ou muito positivo.
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